Olhar Jurídico

Quarta-feira, 08 de maio de 2024

Notícias | Civil

Ordem cronológica de julgamento é destaque da última sessão de debate do CPC

Na última sessão de discussão do novo Código de Processo Civil (PL 8046/10, apensado ao PL 6025/05), os deputados ressaltaram como avanço no texto o dispositivo que obriga o julgamento das ações de acordo com a ordem em que chegam aos gabinetes. Há exceções à regra, mas o projeto determina que, entre essas exceções, o julgamento também seja cronológico. Para o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP), a medida dá garantia de isonomia entre ricos e pobres no acesso à Justiça, evitando que interesses de grandes corporações caminhem mais rápido. “Vamos acabar com essa baderna da Justiça, em que processos passam à frente dos outros de acordo com a cor ou o interesse do freguês”, disse. O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) também concordou com a proposta. “O leigo acha que sua ação vai ser julgada na ordem em que entrou no tribunal, mas não, elas são julgadas à revelia dessa ordem, são escolhidos processos”, disse. Incentivo à conciliação Protógenes e Teixeira também destacaram o incentivo à conciliação. A proposta torna a conciliação uma etapa inicial obrigatória das ações; e determina que os tribunais contratem mediadores e conciliadores para atuar nesse processo. O objetivo é ampliar as possibilidades de acordo e, dessa forma, desafogar as prateleiras do Judiciário. Linguagem simples Amauri Teixeira destacou ainda a simplificação da linguagem do novo CPC. “Ele simplifica a linguagem para que a sociedade possa entender o que regra a sua vida; para que a linguagem não seja um instrumento de dominação dos operadores do direito”, disse. Protógenes, que fez parte da comissão especial que analisou a proposta, ressaltou que o projeto incorporou sugestões de todos os interessados. “Prestigiamos todos os atores do direito, da defensoria pública aos advogados, e também as partes”, disse. O deputado Severino Ninho (PSB-PE) disse que há consenso sobre o novo CPC. “Não há vozes contrárias no mundo jurídico, entre os servidores do Judiciário, no seio da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], na sociedade como um todo”, disse. Ele destacou que a comissão buscou chegar a um acordo para viabilizar a aprovação do novo código. Conflitos agrários Já o deputado Padre João (PT-MG) destacou a obrigatoriedade de realização de audiências de conciliação antes de o juiz decidir sobre a reintegração de posse de terras e imóveis invadidos. Essa audiência será realizada nos impasses que durarem mais de um ano. Nesses casos, antes da decisão do juiz sobre a posse da terra ou do imóvel, serão ouvidos os donos, o Poder Executivo, o Ministério Público e a Defensoria Pública. “Hoje, nas reintegrações de posse, temos muita violência, e até morte. A novidade daqui para frente é chamar o Poder Executivo para a disputa. Hoje, ele fica de fora, como se não tivesse dever com a política fundiária e agrária”, afirmou Padre João. O novo CPC foi discutido durante cinco sessões do Plenário. Está prevista, ainda, a realização de uma comissão geral sobre o tema no dia 19 de setembro. A votação do projeto está marcada para o dia 24.
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