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Domingo, 05 de maio de 2024

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EM ATO DE DESAGRAVO

Advogados chamam policiais que atuaram no manifesto da UFMT de ''bandidos fardados''

Foto: Jardel P. Arruda

Advogados chamam policiais que atuaram no manifesto da UFMT de ''bandidos fardados''
Durante o ato de desagravo que a OAB-MT promoveu na manhã de sexta-feira (26), em frente ao Comando Geral da Polícia Militar, um dos advogados que foi detido no Cisc Planalto na manifestação dos estudantes da UFMT se referiu aos policiais que atuaram naquela situação como “bandidos fardados”.

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“Eu não estou me referindo à instituição Polícia Militar e sim aos homens que atuaram naquele dia. Quem impede o trabalho de um profissional está cometendo um crime. Aquela ação foi desastrosa, feita por pessoas despreparadas e que são verdadeiros bandidos fardados”, alegu o advogado criminalista Marco Antonio Magalhães, membro da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso (OAB-MT).

O ato de desagravo, que foi considerado uma manifestação não contra o Estado, mas sim a quem comandou a ação que culminou em diversos estudantes feridos e dois advogados detidos na Central de Flagrantes do bairro Planalto no dia seis de março deste ano.

O presidente da Ordem, Maurício Aude, citou algumas palavras que foram usadas naquele dia enquanto os policiais usavam da força para impedir o trabalho dos advogados. “Aqueles homens de farda, homens despreparados, chegaram à doutora Ioni (uma das advogas presas) e disseram a ela para calar a boca. Ela foi tirada de onde estava e foi jogada junto com os alunos em uma sala. Eles (policiais) bateram a porta e um pedaço da madeira quebrou. Voz de prisão foi dada à advogada porque, segundo os PMs, Ioni estaria depredando patrimônio público. Isso não se faz com ninguém”, afirmou o advogado.

Ioni Ferreira Castro comentou que naquele dia ela passou por humilhações que ninguém, mesmo que for sem estudo deve passar. “Eles disseram que ali eu não mandava em nada. E que era pra eu calar a boca, além de outras palavras de baixo calão. Eu estou aqui não é por caso de vingança, mas sim por eu ter sido humilhada em local de trabalho. Pois está em lei de direito que o advogado tem transito livre dentro das unidades prisionais e repartições públicas”, contou a advogada.

No final do manifesto de agravo, um integrante da Polícia Militar foi até o presidente da OAB e disse que a repartição estava disponível para qualquer tipo de conversa. O ato durou cerca de 30 minutos e contou com a presença de diversos advogados pertencente à Ordem.

O advogado Marco Antonio Magalhães, voltou a frisar que pretende ver uma punição severa ao pé da letra aos PMs que atuaram naquele manifesto e que principalmente eles possam respeitar os cidadãos de todo lugar. “Pretendo ver como solução para este caso, os policiais fora da corporação. Pessoas que tratam o seu próximo como burro não merece estar numa instituição de respeito como é a Polícia Militar”, finalizou o advogado.

O processo dos alunos e dos advogados contra os integrantes da segurança pública que atuaram naquela manifestação segue em sigilo na Corregedoria da Polícia Militar e testemunhas ainda estão prestando depoimentos sobre o acontecido naquela tarde/noite do dia 6 de março.
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