Reeducandos da Cadeia Pública de Várzea Grande que participarem de projeto social de incentivo à leitura terão direito à remissão de pena. O programa, que ainda está sendo construído, será promovido pelo Poder Judiciário de Mato Grosso em parceria com o Centro Universitário de Várzea Grande (Univag). “Participar do grupo de estudos irá contar como se fosse um trabalho”, explica o juiz Abel Balbino Guimarães, da Vara de Execuções Penais da unidade judiciária.

Os critérios para a subtração da pena e a quantia máxima a ser remida ainda estão sendo estudados pelo grupo acadêmico sob a coordenação das professoras Regina Simião e Mabel Strobel Weimer, do curso de Pedagogia do Centro Universitário.

Na tarde desta quarta-feira (24 de abril), o pontapé inicial do programa foi dado com a ida da equipe idealizadora in loco para o conhecimento do espaço, verificação e catalogação do acervo de livros daquela unidade e reunião para a montagem do cronograma de trabalho.

A proposta é que os presos se reúnam diariamente para ler e debater as obras literárias. “Ao invés de estarem pensando no que não devem, vão crescer como ser humano. A leitura será um estímulo para se recuperarem”, observa o juiz Abel.

O magistrado destaca ainda que no país há iniciativas de estímulo à leitura junto à população carcerária, mas não da forma como será implantada em Várzea Grande. “Este projeto será pioneiro porque vamos envolver a equipe pedagógica de uma universidade, que vai fazer a coisa funcionar”, garante.

O projeto vai ser bom também para a área acadêmica, pois universitários também terão a oportunidade de aprendizado fazendo estágio curricular na unidade prisional, sob a supervisão de docentes. O início do envolvimento dos alunos no projeto e dos encontros literários entre os presos está previsto para o próximo semestre (final de julho).

“Se é importante fazer projetos como este nas escolas, que dirá então para essas pessoas reclusas de uma vida social. A leitura vai ajudá-los a voltar a sonhar, a ter novas perspectivas e a se reencontrar”, avalia a professora Regina.