Eleito pelos membros do Ministério Público de Mato Grosso como novo Procurador-Geral de Justiça do Estado, o promotor Deosdete Júnior, de 42 anos, disse em entrevista ao
Olhar Jurídico que o resultado lhe deixou surpreso, feliz e que “surpreendeu as expectativas”. Membro da atual gestão, afirmou que a próxima ficará incumbida na desconstrução da ideia de grupos, priorizando os propósitos comuns do órgão ministerial, “pensando o MP como uma instituição com unidade [...] divisões internas não nos ajudam”, disse o PGJ.
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Deosdete fez questão de deixar claro que a atual gestão, que é membro, e a próxima que ficará sob sua chefia no biênio 2022/2023, estão comprometidas em trabalhar pela autocomposição e aproximação da Procuradoria Geral da República e estadual com as prefeituras e demais gestões municipais.
O novo PGJ foi eleito nesta segunda-feira (5) com 206 votos e conquistou o primeiro lugar na lista tríplice que será enviada ao governador Mauro Mendes para a escolha final da chefia do MP para os próximos dois anos. Única adversária na disputa, a promotora Elisamara Sigles Portela recebeu 76.
Questionado se a larga vantagem recebida representaria o surgimento de unidade que viria a romper com o “grupismo” presente na instituição, afirmou que preza pela unidade na instituição.
No último pleito, em 2018, José Antônio Borges venceu Mauro Curvo por apenas um voto de diferença, o que teria evidenciado a polarização presente no MP.
Deosdete, por sua vez, disse que “temos que desconstruir a ideia de grupos e pensar em pessoas com propósitos comuns. Divisões internas não nos ajudam”.
O promotor acredita que Mauro Mendes seguirá a tradição e lhe nomeará respeitando a ordem da votação dos membros. Ponderou, porém, que o Governador tem a escolha garantida por prerrogativa pela Constituição Federal e, caso quebre o tradicional, respeitará a decisão.
Como Mauro seguiu a tradição e nomeou o último candidato escolhido pela maioria ao cargo, Deosdete informou que parte da equipe para a próxima gestão já está formada e que uma equipe de transição será montada para garantir as estratégias que ele, enquanto novo PGJ, irá executar.
A posse do novo procurador-geral de Justiça ocorrerá na primeira quinzena de fevereiro e ele ficará incumbido de chefiar a intituição cujo orçamento previsto para 2023 é de aproximadamente R$ 733 milhões.
Participaram da eleição todos os 258 votantes, com registro de dois votos em branco e nenhuma abstenção. O primeiro colocado obteve 180 votos singulares e a concorrente 50.