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Sábado, 04 de maio de 2024

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Ambientalista que tratou doença por mais de um ano sem saber que era HIV recebe atendimento garantido por lei

Ambientalista que tratou doença por mais de um ano sem saber que era HIV recebe atendimento garantido por lei
De longe, a condescendência e até mesmo a piedade com aqueles que foram infectados pelo vírus do HIV soa quase como superficial, mas de perto, quando acontece conosco o que ocorre é um verdadeiro “choque”. É assim que o ambientalista Cláudio (nome fictício) descreve a sua reação ao ser diagnosticado com Aids, há cerca de oito meses.

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Meses antes, Cláudio obteve diagnósticos incorretos que apontavam para outro problema de saúde.A susposta doença foi tratada por quase um ano em pelo menos três hospitais da Capital do Estado. O engano atrasou por muito tempo o tratamento da verdadeira doença que só foi descoberta em um posto do Serviço de Assistência Especializada (SAE) – Centro de Testagem e Aconselhamento do bairro onde mora.

“Não acreditei quando vi escrito no exame ‘positivo’. Fiquei muito preocupado, mas fui bem amparado pelo SAE, que oferece atendimento rápido, eficiente e sigiloso. Quando você ouve falar que uma pessoa foi positivada pelo vírus da Aids, tem uma reação, quando é você, o choque é grande. Me conscientizei sobre meu problema de saúde, e posso dizer não tenho mais medo da Aids, pois sei que há tratamento”, revela o portador.

Cláudio destaca que o mais importante passo que alguém infectado pelo vírus pode dar é decidir que quer viver. O único meio para isso, segundo ele, é enfrentar o tratamento e buscar viver uma vida normal e o mais saudável possível, como a de Cláudio.

De acordo com a enfermeira do SAE Grande Terceiro, Eliney Maria Araújo, o caminho seguido pelo ambientalista, além de ser o mais seguro, é o mais prático. O teste é confidencial e muito rápido, basta uma gotinha do sangue do paciente e o resultado sai em 15 minutos, com mais de 99% de precisão. Ele é feito 30 dias após a última relação sexual.

“Como temos um público bastante específico, nosso foco é o acolhimento humanizado. A detecção do HIV é um momento íntimo e muito frágil, por esse motivo primamos pela privacidade das informações do paciente. Orientamos ainda que os usuários do SAE façam o acompanhamento psicológico.” ressalta a enfermeira.

Atualmente, somente a cidade de Cuiabá possui 3.164 pacientes cadastrados como soropositivos. E, segundo a enfermeira, para cada pessoa identificada com o HIV, outras quatro desconhecem a condição de portador do vírus. Em Várzea Grande, o número é menor, são 799 casos confirmados.

Serviços

Os SAEs dispõem de equipes multidisciplinares que contam com médico infectologista, ginecologista, pediatra-infecto, nutricionista, psicólogo e enfermeiros. No local também é ofertado atendimento odontológico e os medicamentos utilizados no tratamento, que são entregues gratuitamente, todos os meses, na farmácia da unidade. O atendimento é realizado de segunda à sexta-feira, das 7h às 17h.

Em Mato Grosso, há treze postos do SAE. Nos municípios onde não há unidade, o atendimento pode ser feito por um médico da cidade e encaminhado para o Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidades de Mato Grosso (Cermac), para tratamento.

No Brasil há legislação que ampara os contaminados pelos vírus HIV, a exemplo da Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids. Dentre os benefícios assegurados estão o direito à assistência e tratamento, como o oferecido pelos SAEs, saque do FGTS, isenção de impostos, sigilo no trabalho, auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, gratuidade do transporte público, prioridade em processos judiciais, entre outros.
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