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Domingo, 07 de julho de 2024

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PAULO WITER, O WT

Desembargador cita periculosidade e TJ mantém prisão do contador geral do CV em Mato Grosso

Foto: Reprodução

Desembargador cita periculosidade e TJ mantém prisão do contador geral do CV em Mato Grosso
O Tribunal de Justiça (TJMT) manteve Paulo Witer Farias, o WT, preso na Penitenciária Central do Estado (PCE). Ele foi detido no âmbito da Operação Apito Final, acusado de ser o contador geral do Comando Vermelho em Mato Grosso, supostamente responsável por lavar milhões de reais provenientes do tráfico de drogas. Em decisão unânime, os magistrados da Segunda Câmara Criminal negaram habeas corpus ajuizado em favor de WT, em sessão de julgamento ocorrida nesta quarta-feira (3).


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No final de maio, o desembargador Rui Ramos, que compõe a Segunda Câmara, já havia mantido a prisão em caráter liminar.

Em suas razões, defesa de WT pedia que a ele fosse concedida extensão da liberdade provisória proferida em favor de Fábio Aparecido do Nascimento, o “Lacoste”. Fábio foi preso no âmbito da Operação Red Money, que mirou 24 membros do CV. Condenado a 14 anos, ele também é acusado de integrar o núcleo contábil da facção.

Lacoste foi preso e condenado a 14 anos na ação proveniente da Red Money. Contudo, por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), conseguiu liberdade provisória. Nesse sentido, a defesa de WT postulou que ele também fosse retirado do cárcere.

O argumento é que WT, que também foi preso em 2018 na Red Money, está com o processo parado há anos, sem que os pedidos de revogação fossem examinados pelo TJMT. Apontou que, enquanto isso, Lacoste, que ostenta situação mais grave, já foi colocado em liberdade.

No entanto, examinando o pleito, o desembargador Rui Ramos anotou que o constrangimento ilegal oriundo da prisão não se verifica apenas pelo prazo do cárcere, mas pela complexidade do caso, número de infrações, gravidade dos crimes e quantidade de réus.

Lembrou o magistrado que a Red Money foi uma investigação complexa, com 24 réus, processos desmembrados e múltiplas defesas, o que arrasta a prisão e a tramitação do processo.

Rui Ramos ainda deu um puxão de orelha na defesa, uma vez que WT foi condenado à pena severa de 14 anos e permaneceu preso durante toda a persecução penal e, agora, após a sentença, não poderia sequer pensar em ser posto em liberdade sob alegado excesso de prazo.

Ainda destacou que, caso solto, WT pode fortalecer o CV e expandir os núcleos contábeis da facção, já que tem expertise e mecanismos para arrecadar e levar quantias milionárias. Pontuou ainda que o seu claustro se fundamenta na necessidade de aplicar a lei penal e a garantia da ordem pública, bem como a gravidade dos crimes que cometeu.

Em liberdade condicional desde dezembro de 2023, no bojo de sua condenação na Red Money, WT foi novamente preso em cumprimento de mandado expedido pela Apito Final. Ele foi encontrado e detido em Alagoas, após violar a sua tornozeleira eletrônica e rodar o país do Sul ao Norte em viagens luxuosas.

Com a tornozeleira violada, na capital de Alagoas, WT se reuniu a outros comparsas e se hospedou em um resort urbano, na praia de Jatiúca, uma das melhores localizações da cidade. Ali, eles gastaram mais R$70 mil nas suítes de luxo.

Paulo Witer, Andrew,Alex Júnior e Tayrone Fernandes de Souza acompanharam o time “Amigos WT” em um torneio de futebol em Maceió. O time amador foi criado por Witer para lavar os dinheiros obtidos pela facção criminosa. 

Eles foram presos no dia 29, em Alagoas, no âmbito da primeira fase da Operação Apito Final, cujos mandados de prisão foram expedidos pelo Núcleo de Inquéritos Policial (Nipo) de Cuiabá.
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