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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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É faroeste, caboclo!

É cediço que vivemos numa sociedade que precisa de reparos. Não falo apenas de reparos estruturais, mas de reparos emocionais.

Não há que se falar que os problemas atuais da sociedade da capital de Mato Grosso são decorrentes da má gestão pública deste ou daquele governante. Pensemos, pois que, há várias gerações, entra político, sai político e não vemos grandes mudanças no modus operandi dos cidadãos.

Falo isso porque exemplos não me faltam para citar a respeito da degradação da educação humana, vista a claros olhos por todos. Vemos isso nas ruas, nos supermercados, nos bancos, nas escolas, em casa...

Nas ruas, temos verdadeiras etapas de corrida automobilística todos os dias. Não somente no que se refere à velocidade dos carros, mas pela dificuldade em que a maioria dos motoristas tem de "autorizar" que outro motorista o ultrapasse. Atitude típica de grandes nomes da Fórmula 1.

Nos supermercados e bancos, ocorre aquela já habitual "forçação" de barra para estacionar o carro próximo a entrada do estabelecimento. Para que isso aconteça, jovens saudáveis ocupam vaga de estacionamento destinada a portadores de deficiência física e/ou de idosos e/ou gestante.

"Ah, mas é rapidinho". Pouco importa. E não vou nem comentar quando esse mesmo jovem usa o caixa exclusivo para pessoas com necessidades diferenciadas.

A educação sobre a qual comento agora, não se restringe aos cidadão comuns de qualquer cidade. Pensemos nas responsabilidades de nossos representantes.

Não vou falar aqui sobre político A, político B, partido C ou partido D. Estamos tratando da educação, ou da falta dela naquilo que cabe a cada cidadão e, quando falamos dos políticos como cidadãos, devemos analisar que eles são mal educados quando tratam de obedecer a imposição das leis.

Cuiabá, por exemplo, sempre foi vítima da falta de educação dos nossos representantes. E para a falta de educação não há desculpa. Não há, pelo motivo de que todo ano, no mesmo período, chove em Cuiabá e isso não pode ser o escopo para não reforçar o asfalto em épocas sem chuva. Não há, ainda, razão para pensarmos que a burocracia do sistema licitatório deva fazer com que nossos governantes abram mão desse processo.

Pois bem, a falta de educação a que me refiro neste artigo, diz-se única e exclusivamente à educação social, à educação de convivência e não àquela que nossos políticos não investem o quanto deveriam.

Vivemos, pois, num verdadeiro faroeste, tendo em vista que não há respeito pelas leis e, além disso, quem tem poder por aqui é aquele que tem sobrenome e histórico. Cenário típico de uma sociedade comandada pelo coronelismo e pelo voto de cabresto. Cenário dos clássicos filmes de faroeste americano.

Leonardo Maia Macedo é estudante de Direito
leomaia.jus@gmail.com

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