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Sábado, 04 de maio de 2024

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DECISÃO

Ministro mantém prisão de investigado por vendas de caminhonetes roubadas a índios

Foto: Reprodução/ ilustração

Ministro mantém prisão de investigado por vendas de caminhonetes roubadas a índios
O ministro Reynaldo Soares da Fonseca, da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, negou pedido de liberdade em habeas corpus rogado por Valmir Souza de Oliveira, preso por suposta participação em um grupo criminoso para furtos de caminhonetes zero-quilômetro de dentro de concessionárias. No caso, foi constatada a ação de índios da etnia Enawenê Nawê. O irmão de Valmir, Antonio Aureliano de Oliveira Junior, também preso no caso, recorreu ao STJ, mas ainda não observou seu procedimento jurídico ser julgado.

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Nas investigações, Valmir Souza e Antonio Aureliano, conhecido como “Junior”, foram apontados como os “corretores criminosos” que encomendaram as caminhonetes. Além deles, mais três pessoas foram presas, durante a operação “Via Láctea”, deflagrada pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva).

De um total de quatro caminhonetes furtadas, três foram recuperadas e apreendidas, durante as investigações. Duas estavam em poder de índios Enawenê, na região de Juína. Entre os presos estão, Rhafael Jesus Caldas, 23, Eduardo da Silva Pinheiro, e Michael Douglas Gomes de Carvalho, 20, o “Doquina”, que teve o mandado de prisão preventiva cumprido, na região metropolitana de Goiânia (GO).

As investigações iniciaram há cerca de cinco meses, após comunicação do furto de caminhonetes Toyota/Hillux SRV, cabine dupla, ano 2015, zero-quilômetro, ocorridos dentro da Concessionária Toyota “Via Láctea”, na Avenida Fernando Correa da Costa, em Cuiabá. Identificados nas investigações da Derrfva, os suspeitos tiveram os mandados de prisão preventiva deferidos pela 3ª Vara Criminal de Cuiabá, pelos crimes de furto qualificado, receptação e associação criminosa.

Segundo a Polícia Civil, durante as diligências, a equipe da Derrfva identificou o envolvimento de dois ex-funcionários da empresa concessionária, sendo um deles Rhafael Jesus Caldas. O outro ex funcionário, Michael Douglas Gomes de Carvalho, 20, ao tomar conhecimento da investigação, pediu repentina demissão e mudou-se para o Estado de Goiás, onde teve o mandado de prisão cumprido no final da manhã pela Polícia Civil de Goiânia.

Com a chave dos veículos, Eduardo ia até a concessionária, se passando por “cliente” ou “instalador de rastreador”, e acessava o pátio interno, onde estava a caminhonete que seria furtada, já previamente indicada por Michael. Enquanto isso, Rhafael fazia a vigilância, sendo responsável por alertar Eduardo e Michael, caso alguém se aproximasse.

Com esse modo de agir, os três envolvidos conseguiram retirar quatro caminhonetes Toyota/Hillux SRV, cabine dupla, ano 2015, da concessionária, em quatro dias distintos. As caminhonetes eram conduzidas até a região do Porto, em Cuiabá, onde eram entregues aos receptadores, conhecidos como “corretores” de veículos da região da “Pedra”, os quais já haviam encomendado os veículos.

A investigação da Derrfva aponta que os “corretores” de veículos, após receberem as quatro caminhonetes provenientes dos furtos, realizavam o emplacamento e documentação fraudulentos e os vendiam a Comunidade Enawenê, situada na região de Juína. Os índios adquiriram esses veículos sabendo de sua origem ilícita e realizavam os pagamentos em dinheiro.

Em outro caso recente, durante um pedágio ilegal, realizado na BR-174, índios da etnia Enawenê Nawê, em 9 de dezembro, dois jovens (Marciano Cardoso Mendes, 27 anos e Genes Moreira dos Santos, 24 anos) que "furaram" o bloqueio foram assassinados. Dias depois, integrantes da comunidade entregaram o corpo dos rapazes mortos à Polícia Federal. Há suspeita de que os índios utilizariam o dinheiro arrecadado para comprar veículos furtados.
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