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Domingo, 19 de maio de 2024

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Operação Sodoma

MP afirma que Silval montou “ardilosamente” staff afinado com seus propósitos criminosos

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

MP afirma que Silval montou “ardilosamente” staff afinado com seus propósitos criminosos
O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), os ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, além de Francisco Andrade de Lima Filho, Sílvio Cezar Corrêa Araújo e Karla Cecília de Oliveira Cintra, pelos crimes de constituição de organização criminosa, concussão, extorsão e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, Silval teria montado seu secretariado com pessoas que tinham os mesmos propósitos criminosos que ele.


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“Liderada pelo então governador Silval da Cunha Barbosa que, ardilosamente, compôs seu staff com agentes afinados aos seus propósitos criminosos, lotando-os em cargos estratégicos, nas Secretarias com atribuição na área tributária (cobrança/arrecadação/benefícios fiscais), objetivando capitalizar no interesse da organização recursos que exigiam/recebiam da classe empresarial mato-grossense, para permitir a obtenção e fruição de benefícios fiscais de diversas naturezas (CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS – REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO – CRÉDITO OUTORGADO, INCENTIVOS FISCAIS, etc)”, diz trecho da denúncia.

Silval, Nadaf e Cursi estão presos preventivamente por decisão da juíza Selma Rosane de Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Há indícios de que, desde 2011, eles trabalharam em um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção por meio da concessão de incentivos fiscais.

Um empresário colaborador apresentou à Polícia provas quanto ao pagamento de R$ 2,6 milhões em propinas e afirmou que parte do pagamento seria destinada a quitação de dívidas de campanha do grupo de Silval. A denúncia criminal refere-se a fatos envolvendo a concessão de benefícios fiscais às empresas Tractor Parts Distribuidora de autopeças Ltda, DCP Máquinas e Veículos Ltda e Casa da Engrenagem Distribuidora de Peças Ltda.

O MP afirma na denuncia que Silval enquanto governador do Estado liderava uma organização criminosa e delegava aos demais membros a execução de ações, especialmente, no contato com terceiros com o propósito de ocultar sua identidade. “Restou revelado, que mantinha rigoroso controle dos demais integrantes, que ocupavam cargos do alto staff do governo, ao passo que com outros possuíam estreita ligação de confiança”.

Não tem como não saber

O MP ainda trata de rechaçar um possível argumento de que Silval não saberia dos esquemas operados nos gabinetes ao seu redor. “Silval não pode invocar ao seu favor, que na condição de governador, não tinha condições de participar e conhecer todas as ações realizadas por seus subordinados, mormente as ocorrências nas Secretarias de Estado, muito pelo contrário, posto que, exatamente em razão do cargo que ocupava, tinha a obrigação legal de garantir que todas as ações, principalmente aquelas que pessoalmente firmava, fossem realizadas de forma regular, legal e para atender real interesse público”.


Atualizada às 15h21 e às 15h29.
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