Olhar Jurídico

Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Notícias | Criminal

SODOMA

"Eu fui vítima de uma quadrilha", afirma João Rosa em depoimento

17 Ago 2016 - 13:33

Da Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Olhar Direto

Está marcada para às 13h30 desta quarta-feira (17), no Fórum da Capital, a audiência que ouvirá os empresários Willians Paulo Mischur, dono da Consignum Programa de Gerenciamento e Controle de Margem Ltda e João Batista Rosa, dono da Tractor Parts. As informações prestadas hoje irão subsidiar a ação penal oriunda da “Operação Sodoma 2”.

Leia mais:
Delator da Sodoma e empresário flagrado com R$ 1 milhão serão ouvidos hoje

Deflagrada em 11 de março deste ano, a operação apura um esquema de lavagem de dinheiro.

A Polícia Civil constatou que cheques empregados no esquema de extorsão com a venda de incentivos fiscais (revelado na “Sodoma 1”) foram utilizados para aquisição de um imóvel localizado na Avenida Beira Rio, bairro Grande Terceiro, em Cuiabá, avaliado em R$ 13 milhões.

Confira o contexto completo sobre o caso clicando aqui. Acompanhe a audiência:

18h30 - 
"Hoje, se a gente for olhar, o Marcel de Cursi nos perseguia sim", afirmou João Rosa à defesa de Cursi.

18h10 - 
Um embate foi realizado entre o advogado de Chico Lima, João Cunha e João Rosa. A testemunha exibiu à juíza uma reportagem na imprensa em que o advogado o acusa de ter lucrado R$ 34 milhões com o Prodeic. "Quando na verdade o senhor sabe que foram apenas R$ 9 milhões". Em seguida a juíza Selma Arruda explicou que se necessário, Rosa poderia processar o advogado.

18h08
- Neste momento Rosa explica à defesa de Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o "Chico Lima", como funcionava sua atividade e como ela lhe rendeu créditos de ICMS. 

17h58 - "Por você eu sou capaz de arrancar um braço", teria dito Nadaf à Rosa, na garantia de que solucionaria a situação da regularidade de seu nome no Prodeic. Prometendo inclusive reembolsá-lo se nada desse certo.

Rosa diz que não sabia que seus cheques iriam parar na compra do terreno na Beira Rio.

João Rosa nega conhecer César Roberto Zilio. Também diz não conhecer Pedro Elias.

Posteriormente afirma que espontaneamente e legalmente ajudou na campanha de Silval Barbosa ao governo com R$ 50 mil. "Eu fui covardemente extorquido", resume.

17h49 - 
Rosa narra ter se dado conta de que estava caindo nas mãos do grupo, correndo o risco de contrair uma dívida milionária com o Estado. Pedro Nadaf teria prometido resolver a situação da legalidade fiscal de Rosa. Embora o empresário ainda não saiba explicar como teria saído da regularidade fiscal.

Ele narra ter recebido "um monte de mensagens" quando iniciou o processo de acordo de delação premiada. Em seguida pediu a Defaz para instalar aparelhagem de segurança em seu escritório. Segundo ele, contudo, as câmeras não funcionaram quando se reuniu com Nadaf em seu escritório. Ele crê que possivelmente Nadaf tenha usado um aparelho para cortar o sinal. Posteriormente descobriu, através da pessoa de Florindo da City Lar, que seu celular estaria bloqueado.

17h36
- O empresário disse que não teria condição de fazer o pagamento à vista. Nadaf aceitou o parcelamento do valor. Ele também deu cheques pré datados. Pagamentos foram feitos até o ano de 2013, quando Nadaf sugeriu um contrato de consultoria com sua empresa para dar impressão de legalidade ao negócio. Posteriormente, Rosa foi chamado por César Zilio, que expôs irregularidades no sistema Prodeic referentes a suas empresas. O empresário, segundo seu próprio relato, foi indicado a procurar Emanuel Pinheiro enquanto Nadaf procuraria Wilson Santos para buscar a regularidade da situação. Foi quando o empresário se deu conta que se tratava de um engodo.

"Eu fui vítima de uma quadrilha", resume Rosa.

17h25
- No início da gestão Silval Barbosa, João Rosa conta que foi orientado a procurar Marcel de Cursi para expor a situação de seus créditos não reconhecidos. Marcel explicou que não teria condições de validar os créditos. A solução apresentada a ele e a Pedro Nadaf foi a inclusão das empresas de Rosa ao Prodeic.

Rosa narra que seus fornecedores ficaram na dúvida quanto à legalidade do trâmite. Entretanto o benefício fora concedido da mesma forma. Posteriormente, em 2011, João Rosa foi procurado para ajudar no pagamento de uma dívida de campanha.

"Ajuda de quanto? Não combinamos nada sobre isso", teria questionado Rosa. A quantia era exata: R$ 2 milhões. "Eu entendi que ele [Pedro Nadaf] queria dizer 'ou você paga ou não será concedido o crédito'. Cometi o erro de não recusar", afirma.

17h11 - O empresário João Batista Rosa, delator na Operação Sodoma, começa a ser ouvido na 7ª Vara Criminal.

Ele foi arrolado pelo MPE para comprovar a existência de uma organização criminosa para fraudes em incentivos fiscais e lavagem de dinheiro por meio da compra de terras. Rosa narra ao órgão ministerial que possuía créditos de ICMS por conta de um depósito de mercadorias que possuía em São Paulo. De modo que ele pagava integralmente como se mercadorias viessem efetivamente para o estado de Mato Grosso. Esse procedimento legal lhe garantiu os tais créditos.

16h41
- Intervalo da audiência

16h40 - Mischur explica que César Zilio dizia que seu cheque estava "lá" e que portanto não tinha como ele não assinar. Caso contrário muitos problemas afetariam sua empresa. "Eu torcia para que aquela terra nem existisse", conclui.

15h19 - Mischur é  insistentemente questionado pelo advogado de Silval Barbosa, Valber Melo, sobre detalhes da reunião entre a testemunha e o ex governador. O empresário nega que em algum momento tenha se sentido ameaçado especificamente por Silval Barbosa. Também afirma que não pagou propina diretamente ao ex-governador.

15h09 - O empresário Willians Mischur relembra o momento que teria sido coagido por César Zilio a assinar o contrato de compra do terreno. "Ou assina aí ou vai dar merda".

15h54
- A defesa de Silvio César Correa Araújo reitera a suspeita de que Willians Paulo Mischur não seria "tanto" vítima, como afirma. Os advogados do réu e a testemunha chegam a se desentenderem e algumas perguntas foram indeferidas pela magistrada, que questionou se o intuito de uma delas seria o de apenas irritar a testemunha.

15h38 - À defesa de Silvio César Corrêa Araújo, Willians Paulo Mischur explica que o R$ 1 milhão encontrado em sua residência seria destinado a festa de aniversário e ao intercâmbio de sua filha.

15h00- 
Os questionamentos do MPE estão encerrados.
 
À defesa de José Riva, Mischur explica que o ex deputado "tinha o contrato debaixo do braço", isto é, dominava o esquema em questão.

14h30- 
José Cordeiro, ex-secretário de Estado, considerado pelo MPE como braço armado de Silval, teria pedido para que a Consignum lhe pagasse R$ 30 mil ao mês. Ele reclamava que não era valorizado pelo governador e pelo secretário "que pegavam todo o dinheiro".

 "Ele vinha com essas conversas moles de 'alguém pode ser atropelado', 'seu filho pode se acidentar', eu já não aguentava isso!"

"Eu olhei para ele e falei: 'Além de eu estar sendo extorquido, prejudicar a empresa, ainda tenho que ouvir isso?'"

14h45-
Ele teria sido forçado por César Zilio, sob terror, a assinar o contrato de compra do terreno próximo a Musiva. Ele teria sido alertado que se assim não procedesse comprometeria sua empresa. "Eu nem li nada. Assinei. Estava sob terror", afirmou Mischur.

14h18
- Em setembro de 2014, Mischur foi levado por Thiago Dorileo à José Geraldo Riva. O então deputado argumentou que o contrato firmado pela Consignum “pertencia a ele [Riva]”. Mais tarde, uma ma segunda reunião foi feita com Pedro Elias, Williams Mischur e José Riva. Na ocasião, Mischur assinou cinco cheques para Riva.

14h10 - "Pedro Elias queria me mostrar que era muito próximo ao governador", afirma. Por isso ele teria levado a Consignum para se reunir com Silval Barbosa e apresentar informações sobre a propina que recebia. "A gente entrou pelos fundos [do Palácio Payaguás]", conta Mischur.

Ele narra que Elias foi até sua casa a noite para levá-lo à casa de Silval Barbosa para uma reunião. Naquela noite, combinou-se o pagamento da quantia de R$ 600 mil por conta de um atraso de três meses no valor da propina. “Agora você tem um amigo aqui", teria dito Silval Barbosa à Mischur, referindo-se à Pedro Elias. Logo depois, Mischur se reuniu com César Zílio e afirmou: “César, você não pertence mais a este contrato".

14h03 - Sobre a cobrança de R$ 500 mil de propina, Mischur explica: “Eu não sei se onde ele tirou esse número. Esse número saiu da cabeça deles". Ele conta que nunca houve um período em que a ‘dívida’ cessasse: “Todos os meses era aquela confusão”.

Revela que mesmo quando César Zilio deixou a pasta no governo, indo para MT-PAR, continuava a exigir e receber propinas da Consignum. "A confusão começou quando Pedro Elias chegou e falou que agora quem cuidava era ele", conta. A testemunha esclarece que quando Pedro Elias assumiu a pasta teria lhe dito que César Zílio não ‘mandava mais lá’. Isso foi reportado ao próprio Zílio, que prometeu resolver o caso com Elias.

14h01 -
 "Começou aquela confusão pois se eu não fizesse ele entraria com uma ação administrativa e aquele contrato era muito importante para nós", afirma Mischur.Ele narra que muitas vezes o valor R$ 500 mil era variado para mais. "Era muita pressão, muita pressão e eles queriam cheques, queriam cheques!", afirma. 

O pagamento era feito mais na sede de sua empresa. Algumas vezes pagou proprina na propria sala de César Zilio. "Eu praticamente trabalhei de graça em Mato Grosso. Se eu não tivesse contratos fora não teria como sobreviver", conta o empresário. Segundo ele, "seria muita vergonha" deixar outra empresa entrar no esquema, uma vez que a Consignum era uma empresa de Mato Grosso. 

13h50- A promotora Ana Cristina Bardusco esclarece que a Consignum é contratada pelo Estado por meio de licitação e/ou Termo de Cooperação. A Consignum presta hoje serviços à prefeitura de Várzea Grande. Também já prestou ao Executivo de Cuiabá.

13h30- Willians Paulo Mischur, dono da Consignum Programa de Gerenciamento e Controle de Margem Ltda, já está no Fórum de Cuiabá. O empresário chegou pelos fundos da Sétima Vara Criminal, sem contato com jornalistas.

A defesa de Sílvio César Côrrea Araújo solicitou a suspensão da audiência por violação a ordem do rito penal. O pedido foi negado pela magistrada Selma Rosane Arruda. Ao MPE, Mischur se apresenta e narra que sua atividade é a de controlar o oferecimento de empréstimo consignado, garantindo que não existe fraude no processo.

"Eu não recebo nada do Estado, nem de nenhum órgão público. Quem me remunera são os bancos", esclarece como obtém lucro com sua empresa.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet