Os 50 juízes federais substitutos da Primeira Região recém-empossados participaram de centenas de audiências de conciliação processual e pré-processual, realizadas pela Central de Conciliação da Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF), nos dias 25 e 26 de março. Essa é a primeira vez que os novos juízes participam de um mutirão de conciliação como atividade prática do curso de formação.

Durante os dois dias de trabalho foram realizadas audiências de conciliação para a solução de conflitos nas áreas previdenciária, bancária e habitacional. “Programamos a realização de mil audiências e dividimos entre 25 mesas compostas por dois juízes em cada uma delas, advogados da União, procuradores do INSS, advogados da CEF e das mais diversas áreas que atuam perante a Justiça Federal. Um dos magistrados conduz a audiência para tentar obter a conciliação, o outro presta o apoio e eles vão se revezando até que cumpram sua pauta, que é de 40 audiências por dia”, explicou o coordenador da Central de Conciliação da SJDF, juiz federal Alysson Fontenele.

A diretora do foro da SJDF, juíza federal Gilda Sigmaringa Seixas, responsável pelo treinamento dos novos magistrados, conta que eles ficaram entusiasmados com a possibilidade de participar do mutirão de conciliação. “Muitos demonstraram já ter habilidades para a conciliação. Acredito que esta atividade prática vai ser de grande valia para o desenvolvimento de suas carreiras”.

Uma das pessoas atendidas durante o mutirão foi a senhora Maria Conceição. Ela, que perdeu a visão, tentava há três anos conseguir a aposentadoria por invalidez. Emocionada, conta que ficou nervosa durante a audiência, mas que, finalmente, conseguiu a tão sonhada aposentadoria.

“Eu fui muito humilhada por médicos que diziam que eu tinha que trabalhar. Eu tomo insulina, não ando direito, perdi minha visão. E sempre recebia não, não e não. É muita emoção ter finalmente conseguido minha aposentadoria”, comemorou Maria Conceição após a audiência.

Para os novos juízes federais, o curso de formação e, em especial, a participação neste mutirão de conciliação realizado pela SJDF, é o início de uma longa caminhada que já começa com muito trabalho. “É muito gratificante participar do processo de conciliação. Fico satisfeito em poder ver que a parte sai daqui feliz e satisfeita em não ter que esperar mais o processo correr, mas, principalmente, em saber que ela já sai daqui com a previsão de quando vai receber o benefício, ou ter seu nome retirado do SPC. Essa sensação é indescritível”, afirmou o juiz federal Rodrigo Parente, um dos 50 novos juízes empossados em solenidade realizada no dia 22 de fevereiro, na sede do Tribunal regional Federal da 1.ª Região, em Brasília.

Sensação compartilhada pelo juiz federal Togo Ricci. “Eu achei muito gratificante esse contato mais próximo do jurisdicionado que o Juizado Especial tem e que o mutirão proporcionou. Se eu for convocado, adoraria participar de novos mutirões”, disse.