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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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SEIS ANOS APÓS DEIXAR PRISÃO

Arcanjo será submetido a novo Júri por encomendar morte de três adolescentes que furtaram R$ 500 reais

Foto: Reprodução

Arcanjo será submetido a novo Júri por encomendar morte de três adolescentes que furtaram R$ 500 reais
João Arcanjo Ribeiro, ex-bicheiro de Mato Grosso, sentará novamente no banco dos réus nove anos após enfrentar o último júri e seis anos depois de deixar a prisão. Desta vez, ele será julgado pelo crime de homicídio qualificado, por supostamente ter encomendado a execução de três adolescentes que teriam roubado R$ 500 de uma de suas bancas de jogo do bicho, na capital, em 2001.

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Em decisão proferida nesta quinta-feira, (4), o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 1ª Vara Criminal de Várzea Grande, designou Tribunal do Júri para o dia 17 de setembro de 2024, às 9h. Após diversas intimações, o ex-bicheiro se manteve inerte para contratar advogado e ele será defendido pela defensoria pública no dia do julgamento.

Embora a defesa de Arcanjo, inconformada, tenha movido diversos recursos julgados pelo Tribunal de Justiça e pelo Superior Tribunal de Justiça, a sentença de pronúncia foi mantida intacta, tendo o trânsito em julgado ocorrido em setembro de 2020.

O Ministério Público denunciou Arcanjo por homicídio qualificado, por três vezes, organização criminosa e ocultação de cadáver. Conforme a acusação, os fatos aconteceram na noite do dia 15 de maio daquele ano.

Três adolescentes foram vítimas da execução: Leandro Gomes dos Santos, Celso Borges e Mauro Celso Ventura Moraes. Eles foram assassinados a tiros em área de matagal próxima do bairro São Mateus, em Várzea Grande, por terem, supostamente, roubado R$ 500 de uma das bancas de Arcanjo, situada na Avenida dos Trabalhadores, em Cuiabá.

Diante da notícia da subtração, narrou o Ministério Público que Arcanjo determinou ao Sargento Jesus, já falecido, que providenciasse as execuções, contratando os serviços por R$ 15 mil. O pagamento, contudo, não foi completamente efetivado porque uma das vítimas não teria participado do roubo.

O ex-sargento, então, passou a responsabilidade para os ex-policiais militares e pistoleiros Célio Alves de Souza e Hércules de Araújo Agostinho. No dia do crime, ambos foram até a banca de jogo assaltada para identificação dos adolescentes.

Identificados, os jovens foram colocados dentro de um carro Fiat Uno, prata, propriedade de Hércules e, nas proximidades da ponte Mário Andreazza, os executores receberam mais um algoz, João Leite, que entrou no veículo e seguiu até a região onde ocorreu os assassinatos.

As vítimas foram executadas a tiros pelos três acusados que, ainda, cavaram uma cova rasa onde enterraram as vítimas com objetivo de ocultar os seus cadáveres.

Hércules foi condenado, em 2006, a 43 anos pelo triplo homicídio, Célio a 30 anos pelas mortes de Leandro e Celso, sendo absolvido pela execução do terceiro, Mauro. João Leite foi absolvido.

Em setembro de 2015, Arcanjo foi condenado a 44 anos e 2 meses de prisão pelo Tribunal do Júri de Cuiabá. A sessão foi presidida pela juíza da 1ª Vara Criminal da Capital, Mônica Catarina Perri de Siqueira. O réu foi condenado pelo homicídio qualificado de Rivelino Jaques Brunini e Fauze Rachid Jaudy Filho, pela tentativa de homicídio de Gisleno Fernandes e pelos crimes de formação de quadrilha e falso testemunho.

Ele também já foi condenado pela morte do jornalista Sávio Brandão, ocorrida em 2002, ano que também encomendou a morte do vereador por Várzea Grande, Valdir Pereira. Conduto, no ano de 2022, a Justiça reconheceu a prescrição e extinguiu a pretensão punitiva em face dele pela morte do ex-parlamentar.
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