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Domingo, 28 de abril de 2024

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CAC SUSPENSO E TORNOZELEIRA

Juiz considera risco de autoagressão e revoga prisão da esposa de fazendeiro acusado de encomendar morte de Zampieri

Foto: Reprodução

Juiz considera risco de autoagressão e revoga prisão da esposa de fazendeiro acusado de encomendar morte de Zampieri
O juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais, substituiu a prisão temporária de Elenice Ballarotti Laurindo, suspeita de encomendar a execução do advogado Roberto Zampieri em conluio com seu marido, Aníbal Manoel Laurindo, por medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica.

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Defesa postulou a revogação da prisão temporária, cujo mandado não foi cumprido, sustentando que Elenice é pessoa idosa, 68 anos, e possui doença que precisa de tratamento médico especializado, conforme laudos apresentados no processo.

Também argumentou que profissional médico atestou que ela ficou hospitalizada por três dias, entre 6 e 8 de março por motivos de patologia, além de que ela necessita de acompanhamento integral da família por risco de autoagressão.

O Ministério Público postulou pela rejeição do pedido de revogação, no entanto, ao contrário do parecer ministerial, o magistrado decidiu conceder as cautelares à Elenice.

Com isso, ela teve seu registro de CAC e passaporte suspensos, será monitorada por tornozeleira, não poderá sair de Cuiabá sem autorização judicial, deverá comparecer a todos os atos do processo os quais for intimada, bem como foi proibida de manter qualquer contado com os outros investigados, exceção do seu esposo.

O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) já denunciou Antonio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e o Coronel do Exercito Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas por homicídio triplamente qualificado do jurista.

De acordo com a peça, o crime foi cometido mediante paga e promessa de recompensa, com recurso que dificultou a defesa da vítima e emprego de arma de uso restrito. O juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, aceitou a denúncia do MP e tornou o trio réu.

Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), explicou que Aníbal, que é considerado o mandante da morte de Zampieri, conheceu o Coronel do Exército Etevaldo Caçadini, já preso, no grupo frente ampla patriota, de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lá, Aníbal teria confidenciado que tinha o desejo de matar Zampieri por conta de uma suposta disputa de terra no município de Paranaíta. Por isso, perguntou ao coronel se conhecia alguém que pudesse cometer o crime.

Em novembro, Antonio procurou a vítima sob o falso pretexto de contratar seus serviços profissionais. Ele chegou a marcar uma visita a uma propriedade rural com o advogado, com a intenção de matá-lo com uso de uma marreta. Na data marcada, o advogado mandou um amigo em seu lugar, frustrando o plano. 

Posteriormente, Antonio solicitou que Hedilerson lhe trouxesse uma arma de fogo para execução do crime, recebendo uma pistola marca Taurus 9mm. 
 
No requerimento de revogação, a defesa do fazendeiro Aníbal, 74, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato do advogado Roberto Zampieri, afirmou que os dois mil reais que ele transferiu ao coronel Etevaldo Caçadini teve objetivo de ajudar a financiar passeatas em favor do ex-presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro.

Caçadini está preso por suspeita de encomendar a execução do jurista. A transferência em questão foi justamente uma das provas colhidas pelas autoridades policiais para mostrar a ligação entre eles no suposto objetivo de matar Zampieri.

Aníbal foi preso temporariamente na segunda-feira (11) e solto no mesmo dia, após audiência de custódia. Foi colocado em liberdade provisória mediante o cumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, e também teve seu passaporte e registro de Colecionador, Atirador Desportivo (CAC) suspensos.

No pedido de substituição da prisão temporária por medidas cautelares, acatado pela justiça, a defesa de Aníbal sustentou que os R$ 2 mil que ele transferiu via pix à Caçadini ocorreu no contexto das manifestações pró-Bolsonaro.
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