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Sábado, 27 de abril de 2024

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R$ 2 mil

Pix de fazendeiro a coronel acusado de mandar matar Zampieri seria para financiar atos pró-Bolsonaro, diz defesa

Foto: Reprodução

Pix de fazendeiro a coronel acusado de mandar matar Zampieri seria para financiar atos pró-Bolsonaro, diz defesa
A defesa do fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, 74, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato do advogado Roberto Zampieri, afirmou que os dois mil reais que ele transferiu ao coronel Etevaldo Caçadini teve objetivo de ajudar a financiar passeatas em favor do ex-presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro. Caçadini está preso por suspeita de encomendar a execução do jurista. A transferência em questão foi justamente uma das provas colhidas pelas autoridades policiais para mostrar a ligação entre eles no suposto objetivo de matar Zampieri.

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Aníbal foi preso temporariamente na segunda-feira (11) e solto no mesmo dia, após audiência de custódia. Foi colocado em liberdade provisória mediante o cumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, e também teve seu passaporte e registro de Colecionador, Atirador Desportivo (CAC) suspensos.

No pedido de substituição da prisão temporária por medidas cautelares, acatado pela justiça, a defesa de Aníbal sustentou que os R$ 2 mil que ele transferiu via pix à Caçadini ocorreu no contexto das manifestações pró-Bolsonaro.

Conforme as autoridades policiais informaram nesta semana ao prenderem Aníbal, ele e Caçadini se conheceram no grupo chamado "frente ampla patriota", de apoio a Bolsonaro.

Lá, Aníbal teria confidenciado que tinha o desejo de matar Zampieri porque acreditava que o jurista tinha uma suposta influência no alto escalão no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Assim, perguntou ao coronel se conhecia alguém que pudesse cometer o crime.

"Eles iam para frente de quartéis, pedindo uma ação mais enérgica do exército em prol do conservadorismo", explicou o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que está à frente do caso.

A autoridade policial ainda explicou que uma disputa agrária na casa dos R$ 6 milhões, na cidade de Paranatinga (384 km de Cuiabá), teria motivado a morte do advogado.

Segundo Farias, o irmão de Aníbal teria perdido uma terra na cidade para um cliente de Zampieri. Por medo de também perder uma terra, o fazendeiro teria pedido a intervenção de terceiros.

“Teve uma reintegração de posse em desfavor do irmão do Aníbal e, no momento da reintegração, na execução de sentença, também entrou em discussão a terra do Aníbal”, explicou o delegado.

“Ele entrou com uma intervenção de terceiros alegando que a terra dele não tinha nada a ver com aquela disputa do seu irmão”, acrescentou Farias.

Ainda de acordo com o delegado, as provas técnicas reunidas durante as investigações apontam para a ligação entre o fazendeiro e os demais investigados. Para Nilson, Aníbal seria o tal homem com sotaque italiano apontado durante o depoimento de Antônio Gomes da Silva, o pistoleiro.

No entanto, para a defesa de Aníbal, a relação entre eles era somente no âmbito político, cujas ideias e pensamentos eram harmoniosos em apoio ao ex-presidente.

“Além das ideias e do posicionamento político, o Sr. ANIBAL também contribuía no intento do grupo com pequenas contribuições para custear os atos e as passeatas democráticas e pacificas, motivo pelo qual solicitou para sua esposa – Sra. ELENICE - a transferência da irrisória quantia de R$ 2.000,00, para um dos organizadores: coronel Caçadini”, sustentou a defesa no pedido.
               
O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) já denunciou Antonio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e o Coronel do Exercito Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas por homicídio triplamente qualificado do jurista.

De acordo com a peça, o crime foi cometido mediante paga e promessa de recompensa, com recurso que dificultou a defesa da vítima e emprego de arma de uso restrito. O juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, aceitou a denúncia e tornou o trio réu.

Zampieri foi assassinado com mais de 10 tiros no dia 5 de dezembro de 2023, enquanto saía do seu escritório, situado no bairro Bosque da Saúde, Cuiabá.
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