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Após prisão de comparsa

Acusada de mandar matar empresário é suspeita de pagar R$ 4,5 mil a policial para ser informada sobre investigações

08 Set 2021 - 16:20

Da Redação - Wesley Santiago/Do Local - Max Aguiar

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Imagem do dia em que Ana Flor foi presa pela DHPP e era escoltada pela equipe para transporte

Imagem do dia em que Ana Flor foi presa pela DHPP e era escoltada pela equipe para transporte

Ana Cláudia Flor, acusada de mandar matar o próprio marido, Toni da Silva Flor, de 38 anos, no dia 11 de agosto de 2020, em frente a uma academia de Cuiabá, teria pago R$ 4,5 mil para um policial da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para ser informada sobre as investigações, após a prisão do executor do crime, Igor Espinosa.

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Trecho da decisão obtida pelo Olhar Direto mostra que, após cumprimento do mandado de prisão contra Igor Espinosa, autor dos disparos que mataram o empresário, Ana Cláudia teria pago a quantia de R$ 4,5 mil a um policial da DHPP, com intuito de obter informações privilegiadas da investigação, em especial após o comparsa dela ter sido capturado.

O nome do polícial não consta no trecho da decisão recebida pelo Olhar Direto.
 
Consta ainda que, após ter concedido uma entrevista para uma TV de Cuiabá, em que se mostrou satisfeita com a prisão de Igor, Ana Cláudia teria na verdade reagido de forma contrária, inclusive repassando informações desencontradas para familiares e alimentando a tese de que Toni havia sido confundido com um policial rodoviário federal, o que foi descartada pela Polícia Civil logo no início do inquérito.
 
Consta também na decisão que a mulher ainda procurou saber qual seria a conduta do delegado responsável pela investigação, Marcel Oliveira. Sobre isto, ela recebeu a resposta de que a conduta dele seria ilibada e incorruptível, frustrando seus planos de tentar minar o inquérito.
 
Esta busca por informações privilegiadas, inclusive, foi um dos motivos para que a Justiça convertesse a prisão de Ana em preventiva. A decisão foi cumprida nesta tarde, na Penitenciária Ana Maria do Couto.

O crime

Segundo consta, Ana e Toni estavam casados há 15 anos, tendo inclusive três filhas fruto deste relacionamento. Porém, a relação estava deteriorando, por conta de relacionamentos extraconjugais da acusada. Antes de morrer, inclusive, a vítima teria dito para a mulher que queria o divórcio.
 
Inconformada com a separação e querendo ficar com todos os bens do empresário, Ana então começou a bolar um plano para matar o marido. Para tanto, pediu ajuda a sua manicure, Ediane Aparecida da Cruz Silva, que auxiliou na procura por um “matador”.
 
“Oportunidade em que esta acedeu à macabra solicitação e contactou Wellington Honorio Albino que, por sua vez, com o auxílio de seu amigo Dieliton Mota Da Silva, “terceirizou” o serviço homicida, propondo que a execução do crime fosse perpetrada por Igor Espinosa, que aceitou a tarefa”, diz trecho da denúncia.
 
“Quanto à acusada Ana Cláudia, há que se destacar que o desvalor de sua conduta é flagrantemente grave, já que ordenou a morte do pai de suas três filhas menores, jamais revelando qualquer arrependimento. Neste aspecto, é evidentemente macabra sua conduta de, após o delito por ela mesma planejada em todos os detalhes, ter promovido campanhas em mídias sociais e até eventos públicos onde cobrava justiça pela morte de seu marido”, pontua o promotor na denúncia.
 
O promotor ainda lembra que, durante o andamento do inquérito, foi revelado que Ana Cláudia ainda teria intenção de contratar alguém para matar Igor Espina, com evidente objetivo de evitar que fosse delatada pelo mesmo.

Nesta quarta-feira (08), foram decretadas as prisões preventivas de Ana Claudia de Souza Oliveira Flor, Igor Espinosa, Wellington Honorio Albino e Dieliton Mota da Silva.
A manicure de Ana, Ediane Aparecida da Cruz Silva, foi a única que não teve a prisão convertida em preventiva e será liberada para responder em liberdade.
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