O desembargador Rui Ramos, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) considerou como inimagináveis os avanços na Justiça Eleitoral nesses 80 anos no Estado. Para o magistrado é impossível fazer comparações da evolução nesse período, porém ele garante que ainda existe muito que fazer, principalmente em relação às questões culturais da população.

“É impossível fazer comparações. A Justiça Eleitoral sofreu desenvolvimento tecnológico enorme, mas no plano cultural ainda existem práticas da década de 30”, asseverou o desembargador, durante a cerimônia de comemoração dos 80 anos da Justiça Eleitoral de Mato Grosso, na manhã desta sexta-feira (9).

Um dos pontos defendidos como necessários pelo magistrado é gerar maior consciência popular quanto a importância da participação nas eleições. Como exemplo Rui Ramos citou as eleições dos Estados Unidos da América – onde recentemente foi reeleito o presidente Barack Obama – e o voto não é obrigatório.

No ponto de vista do presidente do TRE-MT o voto não deveria ser obrigatório, mas alterar a legislação hoje seria um risco. “O meu receio é que isso ao invés de trazer a sociedade mais para perto e participar, mas ao invés disso, pode ser que ela se afaste”, pontuou.

Cerimônia

As comemorações pelos 80 anos da Justiça Eleitoral de Mato Grosso, foram marcadas pela emoção de servidores ativos e aposentados, magistrados, ex-corregedores eleitorais e ex-presidentes do Tribunal Regional Eleitoral.

“Somos grão de areia, de uma construção que começou em 1932 com o primeiro presidente, Palmyro Pimenta. Para chegarmos ao patamar que vivenciamos hoje, os que nos antecederam precisaram vencer barreiras e dificuldades muito maiores do que as enfrentadas por nós na atualidade”, disse o desembargador Rui Ramos Ribeiro.

A cerimônia foi conduzida pelo desembargador Mauro José Pereira, que presidiu o Tribunal entre os anos de 1976 e 1978.

Em seu pronunciamento, o desembargador Rui Ramos Ribeiro, destacou alguns momentos especiais da Justiça Eleitoral, a exemplo da implantação, em 1932, que transferiu para o Poder Judiciário a competência para a condução do processo eleitoral.

O presidente ainda citou o relevante papel desempenhado pela desembargadora Shelma Lompardi de Kato, primeira mulher a presidir a Corte Eleitoral (gestão 1985-1987) e a primeira a realizar o recadastramento de todo o eleitorado de Mato Grosso, enfrentando com determinação todas as dificuldades e ausência de infraestrutura vivenciados à época.