O empresário Augusto Mendonça Neto, da Setal Óleo e Gás, uma das empresas investigadas pela Operação Lava Jato, disse há pouco à CPI da Petrobras que só conseguiu contratos na estatal ao pagar propina para os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Renato Duque. “O empresário, nessa situação, é vítima”, declarou.

Ele informou que começou a pagar propina por pressão do ex-deputado José Janene, que, segundo o empresário, disse representar o então diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. O pagamento de propina teria sido feito por intermédio do doleiro Alberto Youssef.

No depoimento, que já dura cinco horas, Mendonça admitiu que as empresas contratadas pela Petrobras se reuniam em um “clube” – ele evitou mencionar a palavra “cartel” – para evitar disputas entre si. Mas acrescentou que essa organização só passou a ter “efetividade” a partir de 2003, com o pagamento de propina a Duque e Costa. O dinheiro, conforme ele, seria para que os ex-diretores não atrapalhassem a contratação das empresas.

“A Petrobras está nessa situação lamentável hoje não por falhas da empresa, mas por ação desses dois diretores”, destacou Mendonça.