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Sábado, 27 de abril de 2024

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churrasco com dinheiro do tráfico

Justiça afasta delegado e cinco investigadores da PJC por extorsão e ligação estreita com traficantes

Foto: Reprodução

Justiça afasta delegado e cinco investigadores da PJC por extorsão e ligação estreita com traficantes
O delegado da Polícia Civil João Bosco Ribeiro de Barros, a esposa dele, agente Glaucia Cristina Moura Alt, e os investigadores Márcio Severo Amaral, Cláudio Roberto da Costa, Leonel Constantino de Arruda e George Fontoura Filgueiras, foram afastados de suas funções publicas. A liminar foi concedida a pedido Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, em ação civil pública.

Justiça concede liberdade ao delegado João Bosco Ribeiro

Ambos são acusados de aproveitavam das funções que exerciam na Polícia Civil para favorecer e extorquir traficantes. Segundo o MPE, os investigadores Márcio Severo Amaral, Cláudio Roberto da Costa, Leonel Constantino de Arruda e George Fontoura Filgueiras promoviam a identificação, abordagem e extorsão dos traficantes para evitar flagrantes. Já o delegado João Bosco e a sua esposa “protegiam” determinadas quadrilhas em troca de vantagens financeiras.

“Somente no período compreendido entre os dias 31 de janeiro a 15 de março de 2013 foram registradas 15 ligações entre o traficante e a esposa do delegado. Houve período em que os dois falaram mais de 105 vezes”, enfatiza o MPE na ação.

Consta da ação que boa parte das negociações com os bandidos, ocorria na própria residência do delegado. Estima-se que o ganho ilícito auferido pelo delegado atinja mais de R$ 100 mil. “A vantagem ilícita auferida pelo requerido João Bosco mostra-se de difícil mensuração, até porque tais eventos ilícitos ocorrem nos subterrâneos da atividade, por que não dizer na “boca do lixo”; com os valores sendo repassados em espécie ou depositados em contas de terceiros desvinculados, enfim, buscar-se o valor exato da corrupção não configura tarefa fácil”, afirmaram os promotores de Justiça.

De acordo com o MPE algumas das negociações efetuadas entre os investigadores e os traficantes, foram acompanhadas de bebidas alcoólicas e carne assada. Detalhe: a carne era paga pelos traficantes.

“Utilizando-se de viaturas oficiais, ostentando o distintivo conferido pelo Estado, ou seja, na condição de policiais, saíram às ruas para caçar traficantes, efetuar prisão sem qualquer ordem judicial, manter uma pessoa em cárcere privado por mais de seis horas, portando entorpecentes que seriam utilizados como objeto de extorsão, negociando valores com traficantes a fim de não incriminá-los com a droga que eles próprios traziam consigo e, ainda, assam carne regada a cerveja (paga pelo traficante) enquanto “negocial” os parâmetros do lucro que iriam auferir com aquela situação”.

No mérito, o MPE requer a condenação dos acusados por ato de improbidade administrativa, com a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos pelo período de 10 anos, perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio dos envolvidos e pagamento de multa civil de até três vez o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público. Os valores serão calculados ao final do processo.

Outro Lado -  A  defesa do delegado João Bosco e da agente, Gláucia, nega que o delegado e a policia civil negam que tenham participado da festa juntamente com os traficantes. Informa ainda que na data da suposta extorsão chegaram a ligar para o celular funcional do então chefe da DRE, pedindo apoio o que não foi atendido naquele momento. Negam que tenham participado de festa e foram ao local para apurar o que se passava, após o recebimento da denúncia via telefone funcional do delegado João Bosco.

*Atualizada às 12h54, do dia 20/05
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