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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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PCC vai tocar o terror...

Gaeco monitora suposta ameaça do PCC contra autoridades, mas acredita em “marketing criminoso”

Foto: Olhar Jurídico

Gaeco monitora suposta ameaça do PCC contra autoridades, mas acredita em “marketing criminoso”
O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) Marco Aurélio de Castro informou ao Olhar Jurídico que o grupo está monitorando as supostas ameaças do Primeiro Comando da Capital (PCC) contra autoridades do Estado. “O PCC vai tocar o terror na cidade de Cuiabá nesse próximo final de semana sob o comando do detento Sandro loco”, diz uma mensagem que foi espalhada por meio do aplicativo WhastApp.

Castro levantou a possibilidade da mensagem ser mais um ato de “marketing criminoso”, para amedrontar a população. “Acredito que possa ser mais um marketing criminoso, para amedrontar a população. Tivemos uma grande ação contra o PCC, em que 50 membros foram presos, mas não localizamos nada que possa confirmar que realmente existe uma ameaça”.

Presidente do TJ-MT emite alerta aos magistrados após supostas ameaças do PCC

O Gaeco afirma que ainda não foi confirmado se a mensagem procede ou não, no entanto, agentes que atuam na área da inteligência estão trocando informações também com a Polícia. O promotor afirmou ainda que dificilmente a origem dessa mensagem será descoberta.

“O WhastApp se tornou praticamente viral. As pessoas vão encaminhando as mensagens para vários contatos, que também encaminham para outras pessoas e fica praticamente impossível rastrear isso em tempo hábil para uma investigação. Estamos acompanhando sim, mas ainda não houve nenhuma confirmação de nada”, assegurou.

Veja a íntegra da mensagem divulgada pelo WathsApp: “Pessoal, postarei um comunicado importante. Peço que todos e fiquem muito atentos. Já chequei e a informação procede. Quero avisar a vocês que tomem cuidado nesse final de semana. Foi emitido um alerta pelo Gaeco e pela inteligência da Polícia, de que o PCC vai tocar o terror na cidade de Cuiabá nesse próximo final de semana, sob o comando do detento “Sandro Loco”. Portanto, tomem muito cuidado. Alerta foi enviado ontem. Essa informação tive com o pessoal do grupo MT ação. Acredito que devamos ficar atentos e pedir a proteção do anjo da guarda e que N Sra. Cuide de nós. Repassando”.

Alerta aos magistrados

Em ofício emitido no dia 5 de fevereiro deste ano, a desembargadora Maria Erotides Kneip Baranjak, da Comissão de Segurança de Magistrados, informa Perri que "em reunião ordinária mensal, recebeu informes sigilosos noticiando possível ocorrência de retaliações a autoridades estaduais. inclusiva Magistrados, oriundas de organizações criminosas, a serem desencadeadas no corrente mês".

A desembargadora solicita que o presidente do Tribunal recomende prioritariamente aos Juízes Criminais que tenham "maior cuidado com a segurança pessoal, evitando longos períodos de exposição pública, pelo menos até que a situação seja completamente esclarecida pelo aparelho repressivo do Estado".

O desembargador Orlando Perri determinou o encaminhamento de um ofício alertando todos os magistrados que atuam no estado, em especial os da área criminal.

Ação contra do PCC

Em outubro do ano passado, cento e cinqüenta agentes do Gaeco e da Polícia Militar cumpriram 50 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em Cuiabá, Rondonópolis, Várzea Grande, Vila Bela da Santíssima Trindade, Poconé e Sapezal e nos Estados de Rondônia, Mato Grosso do Sul e São Paulo que têm como alvo integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). O grupo foi denunciado por associação ao tráfico de drogas e formação de quadrilha. Um dos integrantes também responderá por homicídio ocorrido no município de Poxoréo.

Conforme o Gaeco/MT, a atuação do PCC em Mato Grosso começou em 1999, quando o atual líder 'Marcola' permaneceu detido por cerca de seis meses na Penitenciária Central do Estado após ter promovido um roubo de aproximadamente R$ 6 milhões da agência matriz do Banco do Brasil, em Cuiabá. No mesmo ano, no dia dia 05 de junho, 'Marcola' e outros dois presos fugiram pela porta da frente do presídio.

Desde então, o grupo vem tentando se organizar e fortalecer a facção no Estado. Entre os recursos utilizados pelos criminosos estão 'teleconferências', onde os integrantes se interagirem em tempo real. “O PCC possui estatuto próprio e regras rígidas. Cada “irmão” deve contribuir com o pagamento de uma taxa mensal, esteja ele preso ou em liberdade. O dinheiro arrecadado é usado para compra de armamento e drogas, além de financiar a fuga ou resgate de integrantes da facção criminosa”, diz um trecho da denúncia do MP.

Atualmente, segundo o Gaeco, estima-se que existam mais de 100 integrantes atuando no Estado. Alguns deles, mesmos presos, continuam praticando delitos. Para se tornar integrante do “sindicato do crime”, o candidato deve ser apresentado por um membro e ser “batizado”, tendo como padrinhos três “irmãos”. Em seguida, precisa cumprir diversas exigências da organização.

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