O senador Pedro Taques (PDT-MT) solicitou ao jornalista e advogado britânico Glenn Greenwald, do jornal The Guardian, a entrega à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a espionagem internacional no Brasil dos documentos que podem comprovar se houve violação a dados secretos sobre o setor energético do Brasil.

A solicitação foi feita nesta quarta-feira (9.10) durante sessão da CPI que discutiu novas denúncias exibidas através do programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo.

O jornalista é o autor das denúncias de espionagem feita pela Agência Nacional de Segurança (NSA, no acrônimo em inglês), que teria atingido inclusive a presidente Dilma Rousseff.

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De acordo com Pedro Taques, a solicitação foi feita pelo fato de a CPI não ter poder para requerer a busca e apreensão de documentos. Ele garante que os documentos ficariam em uma sala segura do Senado para serem analisados.

“Estamos diante de uma fonte secundária que tem muitas informações. Pelo volume de dados que foi revelado, há informações para mais de ano a ser analisado. Não podemos ficar aqui esperando que saibamos destas denúncias por meio de um programa de televisão. Estas informações que ele tem são informações que, em tese, levaram à prática de crimes. Se esse material pode ficar sob a guarda do Senado, ele teria acesso a esses dados para continuar realizando o seu trabalho”, argumentou.

A reportagem exibida no último domingo revelou detalhes das denúncias feitas pelo analista Edward Snowden de que empresas dos Estados Unidos e Canadá tiveram acesso a informações sobre todas as empresas estatais do setor energético, como Petrobrás, Eletrobrás, entre outras.

A presidente da CPI, senadora Vanessa Grazziontin (PCdoB-AM), não descartou a hipótese de integrantes da CPI irem à Rússia, onde está asilado Edward Snowden, técnico de informática que trabalhava para a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) e fonte das denúncias publicadas por Greenwald.

Companheiro de Greenwald, o brasileiro David Miranda foi detido no aeroporto de Heathrow, em Londres, em 18 de agosto passado, quando embarcava para o Brasil. Foi interrogado por nove horas seguidas. As autoridades britânicas confiscaram seu telefone e os equipamentos de informática que trazia consigo. Foi libertado sem qualquer acusação.