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Domingo, 28 de abril de 2024

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ENGANO DO MPF?

Ex-gerente de factorings de Arcanjo diz que não comprometeu Júlio Campos em interrogatório

Foto: Reprodução

Ex-gerente de factorings de Arcanjo diz que não comprometeu Júlio Campos em interrogatório
O empresário Nilson Roberto Teixeira – após informações reveladas pelo Olhar Jurídico na última terça-feira (27) – contatou o site para afirmar que, em interrogatório na Justiça Federal anos atrás, não estabeleceu ligação entre o deputado federal Júlio Campos (DEM-MT) e o suposto esquema de financiamento de campanhas políticas envolvendo João Arcanjo Ribeiro (considerado ex-chefe do crime organizado em Mato Grosso) e a Assembleia Legislativa (AL-MT).

O Olhar Jurídico revelou que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu diligências solicitadas pelo Ministério Público Federal (MPF) em inquérito no qual o deputado federal Júlio Campos figura como suspeito de participação no esquema, que teria desviado verbas da AL-MT para financiamento de campanhas eleitorais por meio da Confiança Factoring (pertencente a Arcanjo). 

Conforme o despacho assinado por Zavascki no último dia 20, o MPF apresentou o requerimento sobre as diligências (incluindo quebra de sigilo bancário do parlamentar e de uma filha dele) a partir de relato feito por Teixeira (ex-gerente de factorings pertencentes a Arcanjo) durante a instrução de uma ação penal. 

Nilson Teixeira diz que suas declarações ao Olhar Jurídico se baseiam em um depoimento prestado por ele em junho de 2003 ao juiz Julier Sebastião da Silva no processo 2003.36.00.008505-4. Trata-se do mesmo processo citado no despacho do ministro Teori Zavascki.

No requerimento que gerou o despacho, o MPF citou que Teixeira afirmou que Júlio Campos, que é ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), estava envolvido nos crimes desarticulados pela operação Arca de Noé (deflagrada pela Polícia Federal em Mato Grosso em 2002 contra o império de Arcanjo).

No inquérito que está no Supremo desde o início deste mês, o MPF expôs ainda que Campos chegou a ser ouvido sobre o caso quando conselheiro. No depoimento, o então conselheiro teria dito que, em 1998, vendeu uma casa (localizada em Cuiabá) para Arcanjo por R$ 150 mil. O pagamento do negócio teria sido parcelado. Segundo ele, a quantia de R$ 58,5 mil – citada em relatório do Banco Central – se referia a uma das parcelas.

Acesse AQUI o depoimento mencionado por Nilson Teixeira
Acesse AQUI o despacho do STF

Já Nilson Teixeira rebate as informações que estão sendo consideradas no novo inquérito. Isso porque, no depoimento mencionado por Teixeira, há somente a seguinte menção em relação a Campos: “às perguntas formuladas pelo juiz, o interrogando (Teixeira) responde que não se recorda do pagamento a Júlio Campos no valor de R$ 58,5 mil, constante do relatório do Banco Central”.

O ex-gerente negou ter vínculo com o deputado Júlio Campos. Ele não quis conceder entrevista.

O termo de interrogatório foi assinado pelo então procurador da República Pedro Taques, que atualmente exerce mandato de senador pelo PDT e poderá contar com o apoio de Campos em eventual candidatura ao governo de Mato Grosso em 2014 -- o deputado do DEM já sinalizou a intenção de apoiar o ex-procurador.

Relatório do Coaf

Para solicitar as diligências ao Supremo, o MPF considerou ainda relatório do conselho de controle de atividades financeiras (Coaf), unidade de inteligência financeira do governo brasileiro. De acordo com o MPF, o relatório indicou movimentações atípicas de Júlio Campos e de sua filha Consuelo Campos, as quais seriam incompatíveis com os respectivos rendimentos mensais e cargos exercidos. “As movimentações relatadas pelo Coaf, em uma análise superficial, tem correlação com João Arcanjo Ribeiro”, consta do requerimento formulado pelo MPF ao STF.


Atualizada às 16h51.


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