Iniciou às 8h45 desta quinta-feira o Júri Popular de Evair Peres Madeira Arantes, 22, mais conhecido pelo apelido “Baby”, acusado de ser o autor dos disparos que matou o jornalista Auro Ida, em julho de 2011.

O Júri Popular, presidido pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, é composto por duas mulheres e cinco homens. O representante do Ministério Público Estadual (MPE) é o promotor João Augusto Gadelha.


Segundo a acusação do Ministério Público Estadual (MPE), o rapaz contou com a ajuda de três comparsas, Alessandro da Silva Paz, acusado de ter intermediado o crime e Rubens Alves de Lima, acusado de ter sido o mandante, e, ainda um adolescente.

O defensor público, Marcio Bruno Teixeira Xavier de Lima, sustenta a tese de inocência do acusado. "Não existem provas que mostrem a participação do Evair no crime. A testemunha ocular não o reconheceu. A Bianca (namorada de Auro) disse em juízo que foi pressionada pela polícia para apontar o réu como o atirador", disse em entrevista ao Olhar Jurídico.

O julgamento é acompanhado pela filha de Auro Ida, a estudante Daiana Rocha Ida, e também pelos familiares do réu.

Confira em tempo real:

15h50 - Réu é condenado a pena de 15 anos e seis meses de reclusão. 

15h05 - Encerrados os debates os membros do júri estão reunidos.

14h50 - O defensor fez uso da tréplica e contestou todos os argumentos apresentados pela promotoria, reafirmando que a acusação apresentou apenas situações circunstanciais e que não comprovam a participação de Evair.

14h33 - O promotor encerra a réplica dizendo que não não há dúvidas da participação de Evair no crime e que as acusação não se baseou apenas no depoimento de Bianca. "Não foi só o depoimento de Bianca, mas sim em uma série de fatores que mostram a autoria do réu. Se as provas produzidas foram fracas por que a defesa não pediu a anulação do inquérito. Essa é uma estratégia para confundir os jurados. Mas volto a dizer que a Justiça está nas mãos do senhores".

14h15- Gadelha diz ainda que as testemunhas apresentadas pela defesa não possuem sustentação, uma vez que todos teriam demonstrado testemunhos todos divergentes um do outro. "Onde está o álibe desse rapaz. Onde ele estava. Depois vem com uma história que estava drogado e não sabia de mais nada. As testemunhas trazidas pela defesa se enrolaram e a defesa preferiu ficar quieta, sem nem fazer perguntas. Sabia que se perguntasse algo iria se enrolar mais ainda".

14h05 - O promotor apresenta um vídeo em que uma testemunha, vizinha de Bianca e Rubens, revela que sabia que Rubens não aceitava a separação. A jovem disse ainda que todos no bairro comentavam que Rubens teria contratado Evair para matar o jornalista Auro Ida.

14h00 - O promotor inicia a réplica dizendo que os trechos dos vídeos apresentados pela defesa são apenas recortes de depoimentos de testemunhas que apontam a participação de Evair no crime. "Essa história de pressão é antiga. O cabo Hércules (Caso Arcanjo) também disse que foi pressionado, sendo que ele prestou depoimento acompanhado por advogados. Ele disse que matou a mando do Arcanjo e depois em juízo negou alegando pressão. Esse caso aqui é o mesmo."

13h50 - Teixeira disse que não há quesitos que neguem a materialidade do crime, porém não há provas nos autos, e nem testemunhais que comprovem que Evair é o autor do crime. O defensor nega que Evair seja o autor dos disparos e pede a absolvição do réu.

13h26- O defensor retoma o debate dizendo que o depoimento da única testemunha ocular demonstra uma grande pressão psicológica no caso. "Uma pessoa que tinha dúvida e depois de dois ou três dias muda e já sabe quem atirou. Existe uma grande dúvida pela testemunha. A interceptação telefônica não mostrou nenhuma ligação entre eles", aponta o defensor.

13h20 - O vídeo apresentado pela defesa de Evair mostra ainda Bianca dizendo que os policiais disseram que "iriam me colocar nesse negócio e eu tenho certeza que não participei de nada".

13h14- O defensor apresentou um vídeo em que a ex-namorada de Auro Ida afirma em juízo que sempre teve dúvida se teria sido Evai o autor dos disparos. No vídeo, gravado durante audiência de pronúncia e instrução, Bianca diz: "Eu sempre tive dúvidas se ele tinha atirado".

13h08 - Teixeira pontuou ainda que o caso começou a andar depois da Bianca ter apontado cerca de 70% de certeza de que o autor era Evair. "Com a pressão da imprensa a polícia pegou a testemunha ocular e falou: Olha minha filha você vai ter que se lembrar. Temos que verificar quais foram as situações que fizeram essa cidadã mudar de ideia. Porém, em um sopro de imagem ela se lembrou".

13h05 - "O fato é que a imprensa pressionou muito a polícia para encerrar essas investigações e apontar um culpado. A imprensa esteve o tempo todo cobrando a polícia, tanto que foi decretado o segredo de Justiça", revela Teixeira.

13h02 - O defensor apresentou vídeos em que duas testemunhas, durante a fase de instrução, disseram em juízo que Bianca não teria afirmado que reconheceu o atirador. As testemunhas disseram também que no bairro "todo mundo" apontava Evair como o autor dos disparos. "Isso não é prova. Essa questão de todo mundo viu", disse o defensor.

12h41 - O defensor público Marcio Teixeira retoma o debate dizendo que não há provas contra o réu. "Aqui não estamos julgando Rubens, Rafael, Alessandro ou qualquer outra pessoa. O julgamento é sobre o Evair e posso garantir que não há provas contra ele. As acusações devem ser sustentadas com provas, o Ministério Público deve trazer provar e não suposições".

12h40 - O julgamento é retomado.

11h52 - O julgaento foi suspenso para o intervalo do almoço.

11h48 - O promotor encerra o debate pedindo a condenação de Evair. 'Não podemos senhores jurados conviver com mais esse crime mercenário. A decisão está nas mãos dos senhores e a sociedade espera que comece a se fazer Justiça".

11h44 - "Por tudo que foi apurado entendemos que o acusado Evair Peres foi sim o autor dos disparos, mediante paga e sem possibilidade de recurso de defesa da vítima. O crime foi passional, sem a motivação política, que tentaram plantar. Além disso, semanas após o crime Bianca reatou com Rubens e por isso era não iria acusado".

11h35 - Outra tese apresentada pela promotoria é de que 40 pessoas que tiveram o testemunho tomado pelas autoridades, todas apontaram Evair, Rubens, Alessandro e Rafael como os autores do crime.

11h30 - O promotor critica o sistema de proteção a testemunha do Estado, que foi requerido por Bianca. "Esse sistema de proteção a testemunha não existe, está fadado ao fracasso. Sabemos que não funciona. A testemunha vem aqui prestar depoimento e a única proteção que tem é a morte. Mesmo que omitam o nome dela, o endereço, o advogado sabe quem é a pessoa e o próprio criminoso também sabe", diz Gadelha.

11h23 - "Além do depoimento da Bianca, que reconheceu Evair como autor dos diparos, temos a testemunha Tatiane, que afirmou ter visto o réu passando na frente de sua casa logo após o crime. Ela disse que ele estava de bicicleta, boné e com um volume na cintura", esclareceu Gadelha aos jurados.

11h20 - "O pagamento do crime seria uma arma e mais R$1,5 mil", releva o promotor. "Ninguém vai querer vir aqui e dar uma de herói, até porque o Auro Ida já morreu e não vai mais sustentar ninguém. Sabemos que logo após o crime a Bianca voltou a viver com Rubens. Ele até pagou as contas dela", relata o promotor.

11h18 - O promotor revela que o crime foi puramente passional. "O Auro Ida dava uma de gavião, saindo com todas as menininhas do bairro. Um bairro pobre, violento e por isso despertou a ira".

11h18 - O promotor revela que o crime foi puramente passional. "O Auro Ida dava uma de gavião, saindo com todas as menininhas do bairro. Um bairro pobre, violento e por isso despertou a ira".

11h10 - Na narrativa do caso Gadelha sustenta que todos os indícios, provas e testemunhas apontam para Evair como o executor do homicídio. Tese que é reforçada pelo reconhecimento de Bianca, testemunha ocular do crime. "Ela só não o reconheceu de imediato pois ficou com medo de ser a próxima vítima. Ela sabia que o local era perigoso. A turminha era feito por homicidas, traficantes, ladrões. Ela teve medo e com razão. Somente por isso que ela disse para a polícia que tinha apenas 70% de certeza de que era Evair, mas na verdade ela sabia sim. Apenas temia pela vida".

10h56 - O promotor relata que Rubens e Rafael se juntaram e montaram um "consórcio" para matar o jornalista. Rafael motivado pelo ciúmes de Pâmela, que ainda continuava saindo com Auro, e Rubens por ciúmes de Bianca, sua ex-mulher.

10h54 - Gadelha diz ainda que Rubens (ex-marido de Bianca) não aceitava a separação, o promotor disse ainda que por diversas vezes Rubens tentou reatar o casamento com Bianca. O promotor relata que Auro Ida era conhecido no bairro como namorador e que estava saindo com várias meninas do bairro, fato que causava ciúmes aos rapazes do bairro.

10h50 - O promotor João Gadelha inicia o debate direcionado aos jurados dizendo que o caso trata-se de um crime de execução. Foi levantado que seria um crime de cunho político, porém a suspeita foi descartada uma vez que pistoleiro desse tipo não vai matar ninguém de bicicleta. Não foi um crime de pistolagem política.

10h49 - Iniciam os debates

10h43 - Encerrado o interrogatório do réu.

10h40 - O defensor público inicia o interrogatório de Evair. Evair disse que o bar Copo Sujo era ponto comum para uso de drogas. O jovem disse que foi levado até a delegacia para que as testemunhas fizessem o reconhecimento do suspeito. Ele disse ainda que conhecia o menor Rafael de vista, mas que não eram amigos. 

10h31- O promotor diz para Evair que duas testemunhas o viram em uma bicicleta e com uma arma na cintura. Evair responde que podia ser qualquer pessoa, pois no bairro a maioria dos moradores usam bicicletas.

10h28 - Sobre a arma 38 que Deivid disse que Evair usava, o réu afirma que é mentira e que usava sim uma arma usada para "jogar vídeo game". Evair sustenta ainda que nunca participou de nenhuma das turmas do bairro Jardim Fortaleza. O interrogando alega ainda que na época vivia um pouco transtornado, pois era usuário de drogas e por isso fica desequilibrado.

10h25 - O promotor inicia o interrogatório ao réu. Evair diz que ficou no local até mais ou menos a meia noite juntamente com Deivid. Gadelha confronta o depoimento do réu, informando que Deivid revelou ficou no bar até as 22h30. "Não sei porque ele disse isso", responde o réu.

10h22 - O réu nega ser o autor do crime e disse não saber o motivo de terem atribuído a autoria do crime a ele. "Não sei porque me acusaram. Isso só aconteceu depois de uns três dias que rolou o fato. Nunca faria isso por dinheiro. Eu fazia os meus bicos e sempre tinha dinheiro", disse Evair.

10h18 - Evair reafirma que não saiu das imediações do bar. Ele disse que foi até o local a pé, pois não possui bicicleta e que as vezes usa a bicicleta da mãe, porém não neste dia. Ele disse ainda que conhecia Alessandro (apontado como articulador do crime) apenas de vista, pois sempre via o jovem indo para a academia. Ele disse ainda que conhecia Rubens (ex-marido de Bianca) apenas do bairro, pois o mesmo era dono de uma lan house.O réu disse que não tinha conhecimento se Rubens e Alessandro eram amigos.

10h16- O réu diz a juíza que estava no bar Copo Sujo, juntamente com Deivid e Zóio, ficando no local até mais ou menos meia noite. Ele disse que saiu algumas vezes do local para usar drogas ou ir ao banheiro.

10h15 - Começa o interrogatório do acusado Evair Peres pela magistrada.

10h05 - O depoimento da testemunha Charles, prestado ao MPE, na época da investigação do crime. O jovem confirmou em depoimento que Rubens mandou contratar Evair para matar Auro, pois o Jornalista estava namorando a sua ex-mulher. O pagamento seria uma pistola cromada, a mesma usada para cometer o crime.
 
10h00 - A assistente do Júri lê o depoimento de Amanda Steffane prestado no MPE, depoimento que confirma a informação de Bianca, sobre a conversa de Rubens com uma pessoa no telefone enquanto estava na praça com Bianca.

09h58 - Bianca testemunhou ainda que dias antes do crime Rubens a chamou para uma conversa em uma praça no bairro. Nesse dia a jovem afirmou que viu Rubens recebendo uma ligação de "um cara", nessa ligação Rubens disse que era pra pessoa esperar o sinal.

09h56 - O depoimento lido pela assistente revela ainda que Bianca disse ao MPE certeza que a arma usada no crime era uma pistola. Bianca disse ainda que logo após o crime acreditou que Rubens (ex-marido de Bianca) teria mandado matar Auro. Porém, após tomar conhecimento que Auro mantinha relacionamento com uma ex-namorada, chamada Pâmela, passou a acreditar que o mandante do crime podia ser o menor Rafael, que era namorado de Pâmela.

09h53 - A assistente também lê o depoimento de Bianca Naiara prestado ao MPE. Ao MP a jovem declarou que aponta Baby como sendo a pessoa que atirou em Auro Ida. A jovem ressalta que reconheceu Baby devido as manchas que o réu possui no rosto e também pelos olhos. Ela afirmou ainda que negou o reconhecimento à polícia por medo de Evair ficar sabendo e fazer algo contra ela. Ela disse ainda que revelou a identificação do autor dos disparos devido pelo fato de se sentir muito angustiada.

9h38 - A assistente do Júri lê o depoimento de Bianca Naiara(ex- de Auro) prestado para a Polícia Civil. No depoimento Bianca relata como o crime aconteceu. No depoimento a jovem diz que não sabe quem matou a vítima.

9h30 - O promotor confronta a informação da testemunha, dizendo que em depoimento prestado na fase de instrução Deivid teria informado que ficou no local até as 23h30 e que Evair teria saído do bar por cerca de meia hora. Gadelha disse ainda que a testemunha também disse que Evair era acostumado a andar com um revólver 38 na cintura.

9h23 - Interrogatório da terceira testemunha de defesa - O apontador Deivid Wilian Campos disse que esteve no bar Copo Sujo junto com Baby e mais uma amigo conhecido como Zóio. Ele afirma que ficou ao bar até o horário de 22h30, juntamente com o réu.

9h10 - O promotor confrontou o depoimento da jovem dizendo que o próprio réu disse que estava no bar Copo Sujo na noite do crime. Gislaine disse que não se recorda que dia ao certo ela esteve na casa de Evair, mas que ficou sabendo da morte de Auro no dia seguinte após ter deixado a casa da família.

9h00 - Interrogatório da segunda testemunha de defesa- A jovem Gislaine Neres Leal disse que estava na casa de Evair no dia do crime, que chegou ao local por volta das 22h30 e que deixou a residência da família do acusado após a meia noite.

8h45- Interrogatório da primeira testemunha de defesa- O auxiliar Josias Renan disse em juízo que conhece Evair há cerca de cinco anos e que o viu no dia do crime no bar Copo Sujo, localizado no bairro Jardim Fortaleza. O rapaz afirmou que não sabe ao certo a hora que Evair deixou local, mas que o bar costuma encerras as atividades por volta das 3h da madrugada. Ele se recorda que Evair estava no local quando o bar estava fechando, porém sem precisar o horário ao certo.

Mais informações em instantes

O crime

O jornalista Auro Ida foi assassinado com seis tiros pistola, na madrugada do dia 23 de julho de 2011.

Ele foi alvejado com quatro tiros nas costas, um na nuca e um na boca.

Ele e sua namorada, Bianca Naiara, estavam em frente à casa dela, no carro do jornalista, por volta das 23 horas, numa rua escura do bairro Jardim Fortaleza.

Segundo Bianca, um rapaz apareceu de bicicleta e pediu para ela entrar na casa.

Ela obedeceu e ouviu os tiros. Ao voltar, encontrou o namorado morto.

Em outubro de 2012, a Justiça decretou a prisão dos acusados, Rubens Alves de Lima, Evair Peres Madeira Arantes, o "Baby", e Alessandro da Silva Paz, e a internação de Rafael Aparecido de Amorim.

Auro foi articulista do Olhar Direto, secretário de Comunicação da Prefeitura e da Câmara de Cuiabá, além de repórter político do jornal "A Gazeta".