Em assembleia geral realizada nesta sexta-feira (6) trabalhadores aprovaram por unanimidade o plano de recuperação do Grupo Modelo. O plano ainda teve aval positivo de 55 % dos credores quirografários e 45% contra. Deste total 354 credores foram a favor e 27 contra.
O grupo tem R$ 184 milhões de dívidas no mercado. O pedido de recuperação judicial do grupo foi deferido pelo Juiz Flavio Miraglia Fernandes em junho deste ano. Entre os credores trabalhistas foram negociados R$ 2 milhões.
Segundo o especialista em Recuperação Judicial, advogado Euclides Ribeiro Junior, a crise de liquidez que se instaurou no mercado financeiro a partir de 2008, fez com que os bancos parceiros da empresa reduzissem a exposição de crédito. Diante disso o grupo teve que recorrer à tomada de recursos em instituições com taxas de juros maiores e prazos mais curtos, o que provocou alto endividamento.
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O Grupo Modelo possui uma dívida total de R$ 184 milhões, sendo R$ 70 milhões somente com o banco Safra. O resto está dividido entre 1.035 credores e 2.200 funcionários. No pedido de recuperação judicial, a empresa afirma que busca recuperar economicamente o devedor, assegurando os meios indispensáveis para a manutenção da empresa e dos empregos gerados pela rede de supermercados.
O grupo ainda garante a viabilidade do negócio, afirmando que a operacionalização das atividades não pode se prejudicada por uma questão momentânea de iliquidez. Em 2012, parte das dívidas foram renegociadas - mas 40% do débito bancário - não pode ser renovada, ocasionando inadimplência com fornecedores, fato que colocou a rede de supermercados em um ciclo vicioso: com menos produtos ofertados no varejo, menor era a receita e mais difícil de se pagar as dívidas.
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