A ação penal proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra o juiz da Comarca de Sinop, Paulo Martini, denunciado por liderar a suposta "máfia" de venda de sentenças em conluio com dois advogados, não entrou na pauta de julgamento da sessão administrativa do Pleno do Tribunal de Justiça desta quinta-feira (23), conforme previa o fazendeiro Clayton Arantes, que também denunciou o magistrado pelo mesmo motivo à Corregedoria.
Pleno do TJMT deve julgar amanhã denúncia de venda de sentença contra juiz de Sinop
Desde a tarde de ontem (22), o agricultor faz acampamento em frente do TJMT e, a partir desta quinta-feira (23), deve iniciar greve de fome até que o processo entre na pauta para julgamento. O problema é que, segundo informações do Tribunal de Justiça, não há previsão para que isso aconteça.
Em 2011, Clayton ficou por mais de uma semana acampado no local consumindo apenas líquidos. À época denunciou o referido juiz à Corregedoria.
Consta da denúncia formulada por Clayton que, mesmo com um sistema eletrônico de distribuição de processos, estranhamente, as causas defendidas pelos advogados Flávio Américo Vieira e Ledocir Anholete, só eram julgadas por Paulo Martini.
O agricultor diz ter sido prejudicado pelo magistrado em uma ação de reintegração de posse. Arantes teria comprado o imóvel em 1998 e, em 2003, uma decisão de Martini fez com que ele perdesse a propriedade para Adão Batista.
No bojo da ação penal do MPE consta o pedido de afastamento contra o juiz devido ao risco de prejuízos gerado à magistratura pela permanência de Martini.
Desde 2006 Martini é investigado e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) acompanha o processo. O caso está sob cuidados do procurador Hélio Faust, e o processo corre sob sigilo judicial.