O desembargador Ney José de Freitas, membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, esteve em Cuiabá nesta quinta-feira (11) para proferir uma palestra no Comitê Multi-Institucional do Sistema Judicial de Mato Grosso.

Na visita à capital mato-grossense, Ney Freitas concedeu uma entrevista exclusiva ao Olhar Jurídico para discorrer sobre a logística do Poder Judiciário e compartilhar sua vasta experiência na magistratura.

Ney explica que o primeiro desafio a ser combatido pelo Judiciário é a morosidade: “embora haja um esforço muito grande para sanar esse problema, as demandas se multiplicam de forma muito intensa. (...) A sociedade corre muito rápido e o Direito e a Justiça andam sempre atrás. A estrutura que o Poder Judiciário tem hoje é para um número de demandas de ontem”.

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A seu ver, o Poder Judiciário no Brasil vive atualmente um problema de atraso comportamental em relação às necessidades da sociedade e o hábito de que tudo deve ser resolvido pelo poder judiciário causa uma sobrecarga na estrutura da Justiça.

Ney Freitas sugere que para solucionar conflitos humanos em todos os aspectos, sejam eles trabalhistas, criminais, civis etc., é necessário inicialmente tentar solucionar através de meios extrajudiciais como conciliação, mediação, arbitragem. “Por mais que o Judiciário tenha uma estrutura superdimensionada, ele nunca conseguirá resolver todos os conflitos”, ressaltou Ney Freitas.