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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Empresário preso pelo Gaeco insinua que delegado mandou a moral ao inferno e pede sua demissão

Foto: Reprodução

Empresário preso pelo Gaeco insinua que delegado mandou a moral ao inferno e pede sua demissão
O empresário do ramo de mineração Filadelfo Reis Dias, acusado de planejar e comandar uma tentativa de homicídio contra um concorrente, solicitou afastamento cautelar do delegado Carlos Américo Marchi, o responsável pelas investigações que culminaram na prisão do réu, acusando-o de ter conduzido uma investigação unilateral e fantasiosa.

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O pedido foi feito em duas representações, uma no Ministério Público Estadual (MPE) e outra na Corregedoria de Polícia. O documento ainda pede que, se julgadas procedentes as acusações contra o delegado, ele seja demitido do cargo.

“Ao final seja julgada procedente a presente representação para condenar o Representado a pena de demissão do cargo de delegado da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso”, consta de trecho do documento. “O representado (Carlos Américo) desvirtuou sua atuação policial para incriminar de forma desmedida, suspeita, tendenciosa e ilegal o representante (Filadelfo), ferindo de morte o princípio da legalidade”, diz outro fragmento do texto.

Em vários pontos do texto da representação de Filadelfo o delegado é acusado de ser parcial, ter aniquilado o principio da legalidade e moralidade, tendo assim incorrido de improbidade administrativa. “Talvez a autoridade policial tenha se utilizado neste caso, da velha expressão utilizada por Freiederich Nietzsche, que dizia: ‘Lart pair lart = A moral que vá pro inferno’”, argumenta a acusação, como possível justificativa para as supostas arbritariedades.

Entre as supostas ilegalidades citadas na representação, está o fato de o delegado ter realizado oitivas no escritório pessoal da vítima do atentado de homicídio, Valdinei Mauro de Souza, o que levaria a autoridade policial e o depoente a estabelecerem um vínculo de intimidade.

Ligação qual teria dado origem a outra ilegalidade: Valdinei teria indicado uma série de linhas telefônicas a Carlos Américo para serem grampeadas e delegado aceitou as sugestões. Para disfarçar a suposta indução, o delegado teria a subterfugiado como declarações da vítima.

Outra arbitrariedade apontada pela defesa do empresário Filadelfo Reis foi o fato de o delegado ter impedido os advogados constituídos a terem acesso ao inquérito criminal. Carlos Américo teria negado o acesso aos documentos afirmando que o empresário não estava sendo investigado.

Contudo, dez dias antes da negativa, em 23 de abril de 2012, o delegado já havia pedido a quebra do sigilo telefônico de Filadelfo. Dessa forma, o advogado é acusa Carlos Américo de mentir durante a condução do inquérito.

O caso

Filadelfo é acusado, junto de mais sete pessoas, de ter arquitetado um atentado contra o ex-sócio Valdinei Mauro de Sousa e outro empresário, Wanderley Torres, dono da construtora Trimec. As duas vítimas visitavam mineradora localizada dentro de uma propriedade recém adquirida por Valdinei na região da Praia Grande, em Várzea Grande, quando foram surpreendidos na saída por quatro assaltantes, em abril de 2012.

Eles haviam assaltado funcionários da mineradora e tentaram fazer com que Valdinei e Wanderley descessem do veículo blindado em que estavam. Entretanto, eles resolveram não parar a camionete e acabaram alvejados por cerca de 20 disparos. Torres chegou a ser baleado.

Na época, Valdinei protocolou queixa-crime em abril de 2012 na polícia apontando que se a suposta tentativa de assalto cometida contra ele em 12/04/2012 foi de fato um atentado, existiria apenas uma pessoa interessada na ação: Filadelfo dos Reis Dias.

Na ocasião, Filadelfo declarou-se surpreso ao Olhar Direto a respeito da queixa-crime protocolada pelo ex-sócio. “Desconheço esse assunto. Isso tem que ser tratado na Justiça. Mas para acusar ele tem que ter provas e eu vou entrar com medida judicial no momento. Não tenho nada contra ele e não entendo. Isso foi uma surpresa para mim”, afirmou.

Após um ano de investigações, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) realizou a prisão de Filadelfo e dos outros sete supostos comparsas. Filadelfo, dono da mineradora BNM, está solto desde um dia após sua prisão, ocorrida no dia 24 de março, quando conseguiu um habeas corpus durante plantão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
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