Por um deslize do conselheiro Tourinho Neto, mais de mil juízes federais tiveram acesso a um e-mail que levantou suspeitas sobre uma decisão do Conselho Nacional de Justiça. Tourinho teria pedido ao representante da advocacia do órgão, Jorge Hélio de Oliveira que “decidisse logo” o caso de sua filha.
Presidente do STF aponta "conluio" entre juízes e advogados durante sessão do CNJ
Lílian Tourinho atuava como juíza no Pará, mas queria transferência para Salvador, mas teve o pedido negado pelo Tribunal Regional Federal que alegou que nestes casos, a mudança só pode ocorrer depois de um ano no mesmo local. Sendo assim, a juíza recorreu ao CNJ. De acordo com o Estado de São Paulo, no dia 5 de março o pai pediu o colega para acelerar a decisão.
De pronto, no dia 6 de março o assessor de Oliveira respondeu a Tourinho: “o conselheiro Jorge Hélio esteve aqui agora no gabinete procurando o senhor e pediu para informar que o processo já está encaminhando e que deferiu a liminar. No entanto, no sistema ainda não consta a assinatura, somente a minuta. Assim que for efetivamente assinado, mando cópia para o senhor, Dona Conceição [esposa] e Lílian”. Foi justamente este e-mail que chegou a público.
Ao responder ao Globo News, Jorge tentou se justificar: “por um acaso é filha, por um acaso falou comigo”, mas negou que tenha agido por amizade. No entanto, depois que o conteúdo veio à tona, tratou de revogar a liminar. “Eu vi que tinha sido induzido em erro pela juíza”, disse. Tourinho também negou, explicou que teria sido caso de tráfico de influência se “tivesse” intercedido pela filha. Ele tentava enviar o e-mail para a filha quando por acaso, acabou enviando para sua lista.
Esse episódio foi difundido pela imprensa, dois dias depois de uma discussão entre Tourinho Neto e o ministro Joaquim Barbosa em que este, afirmou que havia conluio entre juízes e advogados e que seria necessário “colocar para fora” vários juízes da magistratura.
