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Conselheiros do CV 'decretaram' a morte de casal em VG por 'caguetar' o tráfico de drogas na região

07 Abr 2024 - 14:20

Da Redação - Pedro Coutinho e Luis Vinícius

Foto: Reprodução

Conselheiros do CV 'decretaram' a morte de casal em VG por 'caguetar' o tráfico de drogas na região
Em grupo do WhatsApp chamado "Amigos da Bola", formado por conselheiros do Comando Vermelho, o qual o tesoureiro geral em Mato Grosso Paulo Witer participa, foi deliberado o decreto de morte aos “caguetas” da facção, aqueles que delataram as atividades criminosas. Em interceptação feita pela Polícia, revelada no relatório final da operação Apito Final, foi registrada a ação dos faccionados que decidiram executar um casal de Várzea Grande acusado por líderes de entregar o tráfico de drogas.

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Em uma mensagem encaminhada no grupo com o título “Relatório CVMT 22.02.2021”, “João Disciplina” avisa que está recebendo queixas a respeito de um casal morador de Várzea Grande. B. e S. estariam “caguetando” várias biqueiras da cidade. Inclusive, os relatos feitos pelo casal resultaram na prisão de um membro do CV.

Três membros do Comando relataram que o casal estaria relatando a traficância no território dominado pelo grupo. Caso confirmado que eles estavam delatando as atividades, o relatório pede aos conselheiros o “imediato Decreto” do casal, “para que possamos resolver de uma vez por todas esse mal que tanto vem atormentando a nossa região em Várzea Grande que é essa raça maldita de caguetas”, diz um trecho da mensagem.

Em outros prints interceptados, os membros do grupo “Amigos da Bola” expõem as respectivas opiniões sobre o relatório que entregou os “x9”. Eles decidem se seria válido “decretar” o casal ou não. “Mano como vcs tem 100% que tá caguetando minha opinião é sal”, diz um dos membros.

A juíza Helícia Vitti Lourenço, do Núcleo de Inquéritos Policiais, responsável por autorizar a deflagração da Operação Apito Final, que tem como objetivo desmantelar um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que movimentou R$ 65 milhões em dois anos, destacou essas mensagens para decidir decretar a prisão de 25 faccionados investigados.

“À luz da orientação traçada pelo mentor intelectual do crime, Paulo 'Ita', sendo clarividente que, não obstante o Relatório Técnico e toda a investigação apurar condutas criminosas supostamente praticadas durante anos, o fato é que a contemporaneidade da prisão mostra-se evidente, seja por ser um crime permanente, seja porque os alvos estão inseridos em vários seguimentos da sociedade civil. Isso reflete não apenas a contemporaneidade, mas também a necessidade da prisão ora decretada”, asseverou a magistrada.



Apito Final

A ação policial é um braço da Operação W.O., deflagrada no último dia 29, em Maceió (AL), pela Delegacia de Repressão ao Entorpecente (DRE). Na ocasião, além de W.T., foram presos: Alex Júnior Santos de Alencar, Andrew Nickolas Marques dos Santos e Tayrone Junior Fernandes de Souza, quando participavam de um jogo de futebol na capital alagoana. Por se tratar do líder da organização, os investigadores anteciparam a investida contra W.T. e deflagraram a operação.

Nesta terça-feira (2), a polícia cumpriu 25 mandados de prisão e 29 de buscas e apreensão, além da indisponibilidade de 33 imóveis, sequestro de 45 veículos e bloqueio de 25 contas bancárias dos alvos investigados pelos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores, tráfico e uso drogas, e promoção, constituição, financiamento ou integração de organização criminosa. 
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