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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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DEU NA FOLHA DE S.PAULO

Desembargadora do TRT de Mato Grosso tenta se cacifar para vaga no STF

Foto: Reprodução

Desembargadora do TRT de Mato Grosso tenta se cacifar para vaga no STF
Desembargadora do Trabalho por Mato Grosso, Adenir Alves da Silva Carruesco está postulando por uma vaga de ministra no Supremo Tribunal Federal (STF). Adenir recebeu apoio da Ordem dos Advogados seccional de MT e da Câmara de Rondonópolis (212 Km de Cuiabá) para se candidatar à cadeira deixada pela ex-ministra Rosa Weber.

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Mulher negra e de família pobre, Adenir conversou com a Folha de S.Paulo e apontou que a escolha do novo membro da Suprema Corte deveria ser embasada pelas necessidades da população do país e que seja símbolo da igualdade de e representatividade.
 
Para ela, é fundamental ter uma mulher negra no STF para garantir que todos os setores da sociedade estejam adequadamente representados no órgão de maior relevância jurídica.
 
Atuando no Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, ela nasceu no interior do Paraná, estudou em escola rural e é filha de uma boia-fria com um trabalhador rural. Com apoio dos pais, conseguiu se formar no magistério e em direito.
 
Com cerca de 30 anos de magistratura, Adenir começou no serviço público quando tinha 18 anos. Ela relata que a negativa de uma vaga em um banco, que tinha como requisito a “boa aparência”, foi o impulso que a levou seguir o caminho do direito. A desembargadora acredita que a cor da sua pele foi determinante para isso.
 
Atualmente, ela se prepara para assumir, em dezembro, a presidência do TRT da 23ª Região, como sendo a primeira mulher negra no cargo.
 
A desembargadora federal iniciou sua carreira no magistério, dando aulas por cerca de um ano em uma escola rural. Ela cursou direito enquanto trabalhava como escrivã em Dourados (MS) e, em 1994, assumiu o cargo de juíza substituta em MT, sendo efetivada a titular em 2005. Foi promovida a desembargadora do Trabalho em 2020, a primeira negra na função.
 
É desembargadora federal do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região de Mato Grosso. É mestre e especialista em direito pela Universidade Austral de Buenos Aires.
 
Atua como gestora regional do programa de combate ao trabalho infantil e estímulo à aprendizagem. Foi professora de direito de 1998 a 2008, na Faculdade de Rondonópolis (MT). É casada e tem dois filhos.
 
Para a desembargadora, porém, as cortes superiores ainda não refletem a diversidade do país. A seleção para a vaga do STF precisa levar em conta não apenas o notório saber jurídico, disse, mas também a pluralidade de seus cidadãos.
 
A magistrada defende que as cortes superiores devem refletir a diversidade do país, o que ainda não acontece. Para ela, a seleção para a vaga do Supremo deveria levar com consideração a pluralidade dos cidadãos, além de apenas o notório saber jurídico.
 
Menos de 19% das cortes superiores são ocupadas por mulheres, embora elas representem 51% da população, afirmou a magistrada. Para ela, além de crucial, a diversidade é amparada por princípios constitucionais e tratados internacionais.
 
Dos 171 ministros que o STF teve em seus 132 anos de história, apenas 3 eram mulheres e nenhuma era negra. Atualmente, a corte suprema tem dez ministros, sendo nove homens e apenas Cármen Lúcia de mulher.
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