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Domingo, 28 de abril de 2024

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PRODUÇÃO DE PROVA

Juiz determina perícia em auditoria contábil que identificou rombo de R$ 400 milhões na Unimed Cuiabá

Foto: Reprodução

Juiz determina perícia em auditoria contábil que identificou rombo de R$ 400 milhões na Unimed Cuiabá
O juiz Yale Sabo Mendes determinou a realização de perícia contábil na auditoria de balanço financeiro da Unimed Cuiabá, referente ao exercício de 2022, uma vez que a atual gestão da cooperativa acusa a antiga de deixar um rombo de R$ 400 milhões. Decisão foi proferida nesta segunda-feira (18). A atual gestão informou que o pedido dos ex-gestores, atendido pela decisão, é estratégia de defesa para que eles se livrem das possíveis responsabilizações. Além disso, reforçou que, de fato, há o rombo milionário. Confirma a íntegra da nota ao final da matéria.


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Auditoria independente, que foi contratada pela nova gestão da Unimed Cuiabá para análise do balanço de contabilidade referente ao ano de 2022, identificou R$ 371,8 mil de resultado positivo e R$ 400 milhões em prejuízo.
 
Referido balanço reajustado foi apresentado no dia 14 de junho, com nova Assembleia Geral Extraordinária marcada, tendo sido o mesmo aprovado com voto favorável de 573 dos 574 cooperados participantes no dia 27 de junho.
 
O balanço contábil 2022 foi apresentado em Assembleia Geral Ordinária em 4 de março deste ano pelo ex-CEO Eroaldo de Oliveira e foi reprovado. Conforme auditoria, o atual diretor de Desenvolvimento de Mercado da Unimed do Brasil, e afastado do cargo de presidente da Federação das Unimeds de Mato Grosso, Rubens de Oliveira Junior é apontado como possível responsável pelo prejuízo.
 
Rubens é ex- presidente da Diretoria Executiva da Unimed Cuiabá e, ao lado de Oliveira e do ex-presidente do Conselho de Administração, João Bosco Duarte, poderiam ter sido, supostamente, os dirigentes responsáveis por fecharem os números que, conforme a auditoria realizada, encobriu o balanço para possibilitar a suposta fraude fiscal.
 
Diante disso, os membros da antiga gestão, Rubens, Suzana Palma, Celso Firmo Rodrigues, Marcondes da Costa Marques e Suzana Aparecida Rodrigues ingressaram com a ação de produção antecipada de provas na Justiça.

Eles pedem que seja realizada perícia na auditoria para que se tenha de forma transparente qual seria o verdadeiro momento financeiro da Unimed Cuiabá, já que para a prestação de contas do exercício 2022, foram elaboradas duas peças contábeis, com resultados financeiros diferentes.

A produção de provas também foi pretendida para que a antiga gestão possa, de fato, realizar suas respectivas defesas tanto na esfera administrativa como na judicial e, sobretudo, perante os cooperados e usuários do plano de saúde.

Examinando o caso, o juiz Yale Sabo Mendes, da 7ª Vara Cível de Cuiabá, apontou que não há motivos para impedir que a antiga gestão realize a produção pretendida, uma vez que o contexto de disputa que envolve as partes indica que o impasse somente será resolvido mediante interferência judicial.

“Ante ao exposto, defiro a produção antecipada da prova para determinar a realização de prova pericial contábil/atuarial no balanço financeiro do exercício 2022 (prestação de contas exercício 2022) da Requerida UNIMED Cuiabá”, proferiu o magistrado.

Desta forma, Yale nomeou a empresa Mediape, especializada em perícias, para realizar a produção da prova contábil. Caso concordem, os autores da ação, assim que notificados da decisão, terão 5 dias para pagar o valor integral dos honorários cobrados.

Em relação ao processo administrativo disciplinar 001/2023, instaurado para investigar se os ex-gestores de fato contribuíram para o resultado financeiro negativo, o magistrado indeferiu o pedido para suspendê-lo.

Outro lado
Sobre a decisão da 7ª Vara Cível de Cuiabá, que autorizou a realização de prova pericial no Balanço Patrimonial de 2022, a Unimed Cuiabá esclarece que o pedido foi requerido pelos ex-gestores da Cooperativa como estratégia de defesa para se eximir das possíveis responsabilizações cíveis, penais e administrativas.
A decisão não faz nenhuma avaliação sobre as demonstrações contábeis da Cooperativa e, inclusive, nega o pedido de suspensão do processo administrativo interno que os ex-gestores respondem perante a Comissão Disciplinar Cooperativista (CDC) da Unimed Cuiabá.
 
Destaca-se que o Balanço de 2022 apresentado pelo ex-diretor-presidente Rubens de Oliveira, e demais ex-gestores, foi reprovado em Assembleia Geral Ordinária (AGO) em razão de gravíssimas inconsistências contábeis detectadas não apenas pelo Conselho Fiscal e por parecer de Auditores Independentes. Tais desconformidades já vinham sendo apontadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), sem correção.
 
Em razão disso, assim que a atual gestão assumiu, contratou a auditoria externa, realizada pela PP&C Auditores Independentes, regularizando todas as inconsistências contábeis já apontadas pela ANS. A realidade financeira da Cooperativa, que encerrou o exercício de 2022 com prejuízo de aproximadamente R$ 400 milhões, foi apresentada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) – que aprovou o novo Balanço Contábil 2022. A realidade financeira existente na Cooperativa, resultou na Direção Fiscal da ANS, em andamento.
 

 
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