O juiz Yale Sabo Mendes determinou a realização de perícia contábil na auditoria de balanço financeiro da Unimed Cuiabá, referente ao exercício de 2022, uma vez que a atual gestão da cooperativa acusa a antiga de deixar um rombo de R$ 400 milhões. Decisão foi proferida nesta segunda-feira (18). A atual gestão informou que o pedido dos ex-gestores, atendido pela decisão, é estratégia de defesa para que eles se livrem das possíveis responsabilizações. Além disso, reforçou que, de fato, há o rombo milionário. Confirma a íntegra da nota ao final da matéria.
Leia mais
MPF recebe notícia-crime para apurar possível rombo de R$ 400 milhões na Unimed Cuiabá
Auditoria independente, que foi contratada pela nova gestão da Unimed Cuiabá para análise do balanço de contabilidade referente ao ano de 2022, identificou R$ 371,8 mil de resultado positivo e R$ 400 milhões em prejuízo.
Referido balanço reajustado foi apresentado no dia 14 de junho, com nova Assembleia Geral Extraordinária marcada, tendo sido o mesmo aprovado com voto favorável de 573 dos 574 cooperados participantes no dia 27 de junho.
O balanço contábil 2022 foi apresentado em Assembleia Geral Ordinária em 4 de março deste ano pelo ex-CEO Eroaldo de Oliveira e foi reprovado. Conforme auditoria, o atual diretor de Desenvolvimento de Mercado da Unimed do Brasil, e afastado do cargo de presidente da Federação das Unimeds de Mato Grosso, Rubens de Oliveira Junior é apontado como possível responsável pelo prejuízo.
Rubens é ex- presidente da Diretoria Executiva da Unimed Cuiabá e, ao lado de Oliveira e do ex-presidente do Conselho de Administração, João Bosco Duarte, poderiam ter sido, supostamente, os dirigentes responsáveis por fecharem os números que, conforme a auditoria realizada, encobriu o balanço para possibilitar a suposta fraude fiscal.
Diante disso, os membros da antiga gestão, Rubens, Suzana Palma, Celso Firmo Rodrigues, Marcondes da Costa Marques e Suzana Aparecida Rodrigues ingressaram com a ação de produção antecipada de provas na Justiça.
Eles pedem que seja realizada perícia na auditoria para que se tenha de forma transparente qual seria o verdadeiro momento financeiro da Unimed Cuiabá, já que para a prestação de contas do exercício 2022, foram elaboradas duas peças contábeis, com resultados financeiros diferentes.
A produção de provas também foi pretendida para que a antiga gestão possa, de fato, realizar suas respectivas defesas tanto na esfera administrativa como na judicial e, sobretudo, perante os cooperados e usuários do plano de saúde.
Examinando o caso, o juiz Yale Sabo Mendes, da 7ª Vara Cível de Cuiabá, apontou que não há motivos para impedir que a antiga gestão realize a produção pretendida, uma vez que o contexto de disputa que envolve as partes indica que o impasse somente será resolvido mediante interferência judicial.
“Ante ao exposto, defiro a produção antecipada da prova para determinar a realização de prova pericial contábil/atuarial no balanço financeiro do exercício 2022 (prestação de contas exercício 2022) da Requerida UNIMED Cuiabá”, proferiu o magistrado.
Desta forma, Yale nomeou a empresa Mediape, especializada em perícias, para realizar a produção da prova contábil. Caso concordem, os autores da ação, assim que notificados da decisão, terão 5 dias para pagar o valor integral dos honorários cobrados.
Em relação ao processo administrativo disciplinar 001/2023, instaurado para investigar se os ex-gestores de fato contribuíram para o resultado financeiro negativo, o magistrado indeferiu o pedido para suspendê-lo.
Outro lado