Presidente eleita no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargadora Clarice Claudino classifica como “utilização maldosa de uma informação”
vazamento de relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) uma semana antes do pleito que a elegeu. A magistrada, porém, salientou que não pretende determinar investigação para saber quem foi responsável pelo vazamento.
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Relatório do CNJ levantou suspeita sobre conduta das desembargadoras Marilsen Andrade Addário, Clarice Claudino da Silva e do desembargador Sebastião de Moraes Filho. chegou ao conhecimento do Conselho que um servidor da Segunda Câmara de Direito Privado havia excluído um documento de um processo em tramitação, sem requerimento e sem autorização da relatora do processo, o que motivou a equipe responsável pela inspeção a sugerir ao Pleno do CNJ providências para possível sindicância contra o servidor e, por tabela, contra os magistrados que compõem a Câmara.
Em nota, divulgada antes da eleição da presidência, Clarrise afirmou que a retirada da peça já foi esclarecida, tendo o advogado assumido a autoria da ação que resultou na exclusão do documento. A exclusão foi realizada por um servidor a pedido do advogado, sem qualquer requerimento neste sentido à relatora do recurso.
A presidente eleita, porém, vê o vazamento do documento como uma ação orquestrada para lhe causar prejuízos. “Na verdade é a utilização maldosa de uma informação que não foi completa e que logicamente, o que a gente pode pensar em um momento desse: qualquer ser humano de mediana inteligência vai pensar que é uma tentativa de desestabilização no momento crucial anterior ao pleito que ultrapassamos”, salientou.
A magistrada afirmou que não pretende “debitar” o vazamento “a quem quer que seja”. Conforme Clarice, não há possibilidade de que o caso seja levado adiante pelo CNJ. “Estou tranquila, fiz nota explicando que não existe sindicância, nem qualquer possibilidade nem de vir a ter sindicância. Primeiro porque já está explicado o episódio pela própria pessoa que pediu para tirar o documento do processo. Então já temos a autoria confessada, assumida, explicada para o corregedor nacional do CNJ”.
A presidente eleita descartou ainda possível determinação para investigar a autoria do vazamento. “Não pretendo fazer isso porque não vejo proveito em se investigar algo dessa natureza. Se tivesse algum proveito no sentido do interesse público, se fosse de interesse público, eu iria até a última consequência. Mas, nesse caso, não vou fazer qualquer tipo de tomada de atitude. Primeiro porque não é do meu feitio ir atrás de conversas mal colocadas e segundo porque não vejo nenhuma utilidade para mim”.
Eleição
Clarice foi eleita presidente n em 13 de outubro, durante sessão do Tribunal Pleno realizada por videoconferência. Para a vice-presidência foi eleita a desembargadora Maria Erotides Kneip e para corregedor-geral da Justiça, o desembargador Juvenal Pereira da Silva.
A cerimônia de posse da nova diretoria eleita será no dia 19 de dezembro de 2022, e a entrada em exercício nos respectivos cargos de direção se dará em 1º de janeiro de 2023.