Desembargadora eleita presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) para o biênio 2023/24, Clarice Claudino classificou como lamentáveis e infelizes as declarações feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) contra a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia. Além disso, exclamou que extremismo e rebeldia não se confundem com democracia. Em um vídeo
publicado no twitter na sexta-feira (21), Jefferson comparou a magistrada com uma prostitua, além de referir-se a ela como “Carmem Lúcifer”. O corregedor-geral de justiça Juvenal Pereira também emitiu posicionamento sobre o caso.
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Clarice disse em entrevista nesta segunda-feira (24) que o poder judiciário deve manifestar o repúdio contra as falas violentas do ex-deputado porque “não é possível se tolerar, seja com que ser humano for, imagina com alguém que representa a corte máxima do nosso país. Então realmente foi uma infelicidade total aquela postura de alguém que tem informação, formação, mas que no momento eu reputo de desvairir muito grande, acaba se transformando em um exemplo a não ser seguido. Isso é extremismo, rebeldia, não é democracia”, asseverou a presidente do TJMT.
Roberto Jefferson teria ofendido a ministra Carmem por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan, emissora de rádio que foi condenada por repetir e disseminar fake News distorcidas e ofensivas contra o ex-presidente Lula por meio de falas de seus comentaristas.
Jefferson foi preso neste domingo (23) por violar medidas de prisão domiciliar. Ele jogou três granadas e deu tiros de fuzil em agentes que foram cumprir o mandado de prisão em sua casa, no interior do Rio de Janeiro.
O ex-deputado federal estava em prisão domiciliar e é investigado por atuação em milícia digital contra democracia, usou também os termos "Bruxa de Blair" e "Carmen Lúcifer" para se referir à ministra.
Corregedor-geral de Justiça eleito para o mesmo biênio que Clarisse Claudino, Juvenal Pereira pontuou que a sociedade em geral e o Poder j Judiciário não podem admitir ataques de qualquer natureza sem motivo justo.
“Não podemos admitir ataque de qualquer natureza, quer seja a qualquer ser da sociedade sem motivo justo. E, por uma decisão que a eminente ministra Carmem lúcia tomou, ser atacada. Como disse a desembargadora Clarice, que decisões tem que ser cumprida. Aquelas transitadas em julgada, devem ser cumpridas. A que competir ainda recurso, se deve recorrer no que foi dito pela eminente desembargadora eleita”, disse durante coletiva nesta segunda.