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Sábado, 18 de maio de 2024

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SÉTIMA VARA

Advogado preso por supostos desvios na Assembleia nega participação em extorsão contra deputado

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Advogado preso por supostos desvios na Assembleia nega participação em extorsão contra deputado
O advogado Julio Cesar Domingues Rodrigues, preso preventivamente por suposta participação em um combinado para desvio de R$ 9,6 milhões na Assembleia Legislativa, negou participação em um possível ato de extorsão praticado contra o deputado estadual Romoaldo Junior (PMDB). “Isto é um absurdo, eu nego veementemente isso”, afirmou, acompanhado por agentes prisionais, em audiência na Sétima Vara Criminal de Cuiabá, sob olhar da magistrada Selma Rosane Arruda, nesta quarta-feira (09).


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A denúncia foi feita pelo irmão do parlamentar, Juliano Jorge Boraczynski, ao Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em depoimento no dia 7 de julho deste ano. Domingues é réu em uma ação envolvendo o ex-parlamentar José Geraldo Riva, por um suposto esquema criminoso, investigado pelo Ministério Público Estadual na Operação Ventríloquo.

Responsável por sua própria defesa, o advogado mostrou indignação sobre a acusação. “Isto é um absurdo, eu nego veementemente isso aí. Vai ser apurado isso aí até o final. Nós vamos, posteriormente, vai ser instaurado um inquérito para que seja investigado essa extorsão que existiu. Isto não partiu de mim, de forma alguma. Isso foi uma leviandade que o irmão do deputado Romoaldo Junior levantou sobre a minha pessoa e ele vai ter que provar isso judicialmente, ou se não vai ser acusado por conta desta calúnia”.

No caso, a magistrada Selma Rosane Arruda determinou a quebra de sigilo telefônico em desfavor de Julio Cesar. A decisão é datada do dia 30 de novembro. São réus no processo, além de Riva e Domingues, o ex-procurador-geral da Assembléia Legislativa, Anderson Flávio de Godoi e o ex-secretário geral do mesmo órgão, Luiz Marcio Bastos Pommot.

Romoaldo Junior foi arrolado inicialmente como pólo passivo (réu), porém, por prerrogativa de função, viu seu nome ser desmembrado dos autos para julgamento pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, instância superior, sob segredo de Justiça. As declarações versando sobre a suposta extorsão são vistas, ainda, por Julio Cesar, como atos passíveis de exame investigativo.

“Depois que eu levei ao conhecimento do banco HSBC as fraudes cometidas pelo advogado Joaquim [delator no caso], isso mostra que por algum motivo ele não aprovou, o deputado Romoaldo, não aprovou as denúncias que eu fiz ao Banco HSBC sobre a falcatrua do advogado Joaquim”.

O caso

A Operação Ventríloquo teve início com a delação premiada do advogado Joaquim Fábio Mielli Camargo, que representava o HSBC. Segundo o MPE, o então presidente afastado da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva, teria determinado o pagamento de uma dívida na integralidade de R$ 9,6 milhões, em face ao banco HSBC, relativa a débitos em atraso da contratação de seguros saúde para os servidores da Casa de Leis, desde que metade do montante fosse desviado para o grupo organizado pelo ex-parlamentar.

No processo, após o recebimento das informações levantadas na quebra de sigilo, Selma Rosane decidirá sobre um pedido de revogação de prisão requerido por Julio Cesar Domingues. O Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Sérgio Ricardo de Almeida, também é esperado como testemunha, ainda sem data definida para audiência. 

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