Olhar Jurídico

Domingo, 28 de abril de 2024

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Presos relatam em palestra sofrimento causado pelas drogas

Cerca de 70% dos processos existentes em Lucas do Rio Verde estão relacionados ao tráfico de drogas, associação para o tráfico ou de algum crime vinculado às drogas.

A partir desta constatação, o defensor público Diogo Madrid Horita, do Núcleo de Lucas do Rio Verde, iniciou esta semana uma série de palestras direcionadas à conscientização dos jovens sobre os danos causados pelas drogas.

Relatos de reeducandos que cometeram crimes relacionados com drogas mostram aos jovens o caminho que deve ser seguido. O defensor explica que a ideia parte de uma reflexão sobre criminogênese, ciência que busca explicar os motivos pelos quais alguém pode ser levado a cometer um crime ou ato ilícito.

Conforme o defensor, crimes de roubos e furtos e até homicídios têm alguma relação com drogas. "Como se não bastasse, a droga ainda influencia significativamente nos casos de violência doméstica e nos acidentes de trânsito. Outra constatação é que a maioria dessas pessoas processadas por tráfico de drogas são os chamados traficantes-usuários, que acabam vendendo drogas para financiar seu próprio vício", contextualiza o defensor público.

Na palestra feita pelo defensor na Escola Estadual Ângelo Nadin, o ex-detento da cadeia pública de Lucas do Rio Verde, Rodrigo Loyola dos Santos, contou o seu sofrimento a partir do envolvimento com as drogas. Outros três presos locais também relataram dramas que estão vivendo.

"A máxima dita pelos adolescentes de que 'não dá nada' é falsa", esclareceu o defensor. Sobre esta situação, um dos presos prestou o seguinte relato: "... nesse não dá nada olha a situação que eu cheguei. Isso era porque não dava nada, imagine se desse alguma coisa! Normalmente quando você percebe que dá alguma coisa já é tarde demais, uns perdem a vida outros ficam com várias condenações, eu tenho 43 anos de condenação e mais de trinta processos no estado...".

Para o defensor, só cadeia não resolve. "Além de não ser o local adequado para tratamento de dependentes químicos, a situação está mais voltada para prevenção do que para repreensão, passando pela família, pela religião, pela escola e pela saúde pública. O combate às drogas deve ser enfrentado sob vários aspectos, partindo da prevenção e justiça social", acrescentou.
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