Olhar Jurídico

Quinta-feira, 02 de maio de 2024

Notícias | Civil

Defensor vai apurar indícios de abusos contra haitianos

A Defensoria Pública de Mato Grosso, por meio do Núcleo de Direitos Humanos, começa a averiguar indícios de abusos praticados contra haitianos na fronteira do Brasil com o Peru.

Nos últimos meses, tem aumentado significativamente o número de haitianos que buscam refúgio no Brasil e especialmente em Mato Grosso pelas oportunidades de trabalho.

A informação de supostos abusos foi repassada à Defensoria Pública pelo diretor da Pastoral do Migrante, padre Olmes Milani.

Com a ajuda de um tradutor, o coordenador do Núcleo de Direitos Humanos, defensor público Roberto Tadeu Vaz Curvo, vai ouvir os haitianos para adotar as medidas cabíveis. O idioma adotado por eles é o crioulo.

Num primeiro momento, o defensor diz que as providências serão no campo diplomático ao alertar as autoridades e pedir providências sobre os abusos que estariam sendo cometidas contra estas pessoas, que se encontram em condição de vulnerabilidade.

Na tarde de quinta-feira (06), Roberto Tadeu conversou com o diretor do Centro Pastoral do Migrante, que relatou alguns fatos contados pelos estrangeiros, que chegam em Cuiabá em busca de trabalho.

Neste ano, 435 haitianos passaram na Pastoral do Migrante. O número é praticamente o mesmo de todos os atendimentos feitos pela entidade em 2012, quando somaram 488. Nesta quinta-feira (06) haviam 109 haitianos no local, enquanto a capacidade é para 57 pessoas.

O diretor relatou ao defensor público que alguns deles chegaram sem nada na Pastoral. E, mais especificamente na fronteira do Peru, eles passam por revistas e seriam nestas abordagens que estariam acontecendo os abusos. “A maioria chega sem dinheiro, sem roupa”, disse Milani.

“Nós queremos que descubram o que acontece com eles. A gente faz questão de investigar”, pediu Olmes Milani. Por se tratar de uma questão relacionada aos direitos humanos, Vaz Curvo lembrou sobre a necessidade de primeiramente ouvi-los para apurar o caso e em seguida contatar com a Embaixada do Peru.

Até chegar ao Brasil, os haitianos – em muitos casos - têm que negociar a entrada com os coiotes e acabam gastando todo o seu dinheiro, contudo eles chegam esperançosos na nova pátria que querem adotar.
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