A ministra Daniela Teixeira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou habeas corpus solicitado pela defesa de William Aparecido da Costa Pereira, conhecido como "William Gordão", apontado como um dos principais envolvidos na Operação Ragnatela, que desmantelou um suposto esquema de lavagem de dinheiro promovido pelo Comando Vermelho, por meio da realização de shows em casas noturnas em Cuiabá.
Leia mais:
Em resposta ao CNJ, Sebastião ataca a imprensa, reafirma que conhece lobby de Zampieri e diz que vai provar sua inocência
A defesa de William Gordão acionou o STJ alegando constrangimento ilegal, sustentando que a ele foi negada a extensão dos efeitos da decisão que revogou a prisão preventiva de dois corréus na mesma situação fática.
Além disso, apontou que não estão presentes os requisitos cautelares contemporâneos para a manutenção da prisão preventiva e a decisão está desfundamentada no que diz respeito à inadequação de medidas cautelares diversas da prisão.
Examinando o pedido, porém, Daniela Teixeira anotou que os outros réus beneficiados com a revogação possuem outra situação processual, diferente da de Willian. Enquanto eles possuem bons antecedentes e apenas participaram do esquema, Gordão é apontado como um dos chefes do núcleo, com participação constante nas empreitadas criminosas.
A Operação Ragnatela
A Operação Ragnatela foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público de Mato Grosso (MPE).
A investigação revelou a participação de empresários, agentes públicos e integrantes do Comando Vermelho em um esquema de lavagem de dinheiro disfarçado na realização de shows com artistas de renome nacional em casas noturnas da capital mato-grossense.
Entre os 14 denunciados, William Gordão é acusado de atuar como "testa de ferro" de Joadir Alves Gonçalves, que supostamente exercia uma função de chefia na organização criminosa.
O esquema, conforme apurado, envolvia o controle de diversos empreendimentos por parte de William Gordão, que facilitava o fluxo de dinheiro proveniente de atividades ilícitas. Os promotores de eventos da cidade também estão entre os envolvidos, destacando a profundidade da infiltração do crime organizado em atividades econômicas locais.
.png "Apontado na Ragnatela como dono do Dallas Bar, Willian Gordão tem prisão mantida pelo STJ")
