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Segunda-feira, 16 de setembro de 2024

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SEGUE DETIDO NA PCE

Líder do CV, Sandro Louco é condenado a mais 13 anos e penas chegam a 173 anos de prisão

Foto: Reprodução

Líder do CV, Sandro Louco é condenado a mais 13 anos e penas chegam a 173 anos de prisão
Sandro Silva Rabelo, conhecido como "Sandro Louco", líder da facção Comando Vermelho em Mato Grosso, foi condenado a mais 13 anos pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, no âmbito da Operação Ativo Oculto, pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. A nova sentença soma-se à extensa pena já acumulada, que ultrapassa 160 anos, levando o total de sua condenação para mais de 173 anos de prisão.

 
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Sandro Louco continua a exercer liderança dentro da organização criminosa, mesmo enquanto cumpre pena na Penitenciária Central do Estado (PCE). A condenação é baseada em uma investigação que revelou seu envolvimento contínuo em operações criminosas, incluindo a lavagem de dinheiro e coordenação de atividades da facção, utilizando parentes e intermediários para movimentações financeiras ilícitas.

Dentre os fatos investigados e comprovados, via extração dos dados do seu celular, a autoridade policial demonstrou que ele usava sua esposa, Thaisa Souza de Almeida Rabelo, para lavar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas da facção.

Aquisição de terrenos, quitação de alugueis em residenciais de luxo na capital e distribuição de cestas básicas, tudo com dinheiro vivo, foi evidenciado pelas investigações.

Relatório de informações das movimentações financeiras mostrou que esposa de Sandro estabeleceu residência no edifício Brasil Beach Cuiabá Resort, cujo aluguel era de 6 mil mensais. Depois, ela mudou-se para o condomínio de luxo Florais da Mata, onde o aluguel era de R$ 9,6 mil. Thaisa usava o nome de terceiros para assinar os contratos, com o dinheiro entregue por Sandro.

Um terreno no Distrito de Baús, em Acorizal, foi comprado pela esposa do líder por R$ 435 mil em espécie. No local, serviços de manutenção foram pagos por R$ 37 mil, também em dinheiro vivo.

“Os elementos colhidos deixam claro que as transações realizadas eram feitas em dinheiro vivo, e os bens adquiridos eram, em sua maioria, registrados em nome de terceiros. Assim, as provas comprovam, acima de dúvida razoável, que o réu Sandro Silva Rabelo promoveu, constituiu e integrou uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas, visando obter vantagem ilícita por meio da lavagem para o Comando Vermelho”, diz trecho da sentença.

Diante dos elementos de prova, somada com a gravidade dos fatos, já que Sandro, mesmo cumprindo 160 anos dentro da Penitenciária Central do Estado, continua liderando e coordenando as atividades criminosas da facção.

O juiz, então, decidiu sentenciá-lo a 13 anos, 4 meses e 44 dias-multa, no regime fechado e sem direito de recorrer em liberdade.

Outros dois alvos da operação, Adeilton de Amaral Tavares, vulgo Toreto, e Everton Danilo Jesus Batista também foram condenados pelos mesmos crimes.

Segundo as investigações, Toreto movimentou mais de R$ 2 milhões entre 2021 e 2023, mesmo sem ter renda compatível para todo esse montante.

Everton Danilo, por sua vez, usava duas empresas de fachada para lavar o dinheiro do CV, uma de serviços gerais e outra de eletricista. Porém, nas redes sociais, ele ostentava veículos incompatíveis com a renda, além de ter movimentado quantias milionárias. Em onze meses, as investigações constataram que ele transacionou R$ 2.178.000,00.

Toreto foi condenado a 5 anos no regime semiaberto, e poderá recorrer em liberdade cumprindo medidas cautelares, como tornozeleira eletrônica e proibição de manter contato com os demais réus e portar armas. Everton Danilo pegou 10 anos, no regime fechado, e não poderá recorrer em liberdade.

Ativo Oculto

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar, deflagrou  quinta-feira (23) a operação Ativo Oculto, com objetivo de cumprir 271 ordens judiciais, entre mandados de prisão e busca e apreensão. Mais de 600 policiais foram mobilizados na ação.

A ação é resultado de minuciosa investigação iniciada em 2022 para desmantelar a facção criminosa Comando Vermelho. Entre os alvos estão as principais lideranças e os familiares usados para lavar dinheiro oriundo dos crimes cometidos em todo Mato Grosso.

A principal liderança do Comando Vermelho no Estado, conhecido como “Sandro Louco”, e a esposa dele, foram alvos de mandado de prisão e busca e apreensão. Sandro louco encontra-se preso no raio de segurança máxima da Penitenciária Central do Estado (PCE). Segundo investigação, a esposa, além de ser "a voz" da facção criminosa do lado de fora do presídio, também lavava dinheiro e fazia girar os recursos do grupo criminoso para poder ter como comprovar ganhos. 

Foram alvos de prisão preventiva: Sandro Silva Rabelo, vulgo “Sandro Louco Ou Moicano Ou Bili; Thaisa Souza de Almeida Silva Rabelo; Luiz Fagner Gomes Santos, vulgo “Passat Ou Zóio; Juliana Sousa Amorim; Rafael Gomes Santos; Everton Danilo Jesus Batista; Thiago Queiroz dos Santos; Adeilton do Amaral Tavares; Suelen Maria De Santana; Abraão Lincoln Santana Araújo; Robson José Pereira De Araújo, vulgo “Carcaça”; e Leonardo dos Santos Pires, vulgo “Sapateiro Ou Maresia”.
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