Atual ouvidor da Defensoria Pública de Mato Grosso, o advogado Paulo Lemos defende a corrupção como crime hediondo e acredita que há uma necessidade de maiores investimentos na segurança pública, principalmente nas questões ligadas aos Direitos Humanos. Para ele, o maior bandido é aquele que desvia milhões de recursos públicos e apopulação precisa se conscientizar disso.

"Não há bandido maior do que aquele que desvia milhões de reais de recursos públicos e, com isso, na ponta promove a morte de pessoas por falta de saúde, o analfabetirmos por falta de educação e entre vários outros problemas que existem na sociedade. Não é o que eventualmente furta uma galinha ou um tênis. Esse não é o grande adversário da sociedade", considerou o defensor durante entrevista ao Olhar Jurídico.

No ponto de vista do advogado são esses os motivos que levam a necessidade de uma reformulação da legislação brasileira, além de uma necessidade de maiores investimentos na segurança pública e na pasta de Direitos Humanos como medidas de ressocialização dos segregados que fazem parte do sistema prisional.

Paulo Lemos avalia ainda que deva haver uma conscientização da sociedade de que detentos merecem uma segunda chance e que em alguns casos, apesar de poucos, ocorre sim a ressocialização. "A própria sociedade tem que avançar no entendimento com relação as políticas de ressocialização e superar preconceitos e estigmas e entender que as pessoas que estão no sistema prisional são seres humanos como qualquer um de nós que merecem uma segunda chance".

Um dos maiores problemas enfrentados pelo sistema prisional, não apenas em Mato Grosso, é quanto a ressocialização dos presos, que em sua maioria não ocorre. Como medida de tentar minimizar essa problemática o ouvidor considera que "o cardápio básico" seria respeitar a Lei de Execução Penal, que prevê uma série de atividades.