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Segunda-feira, 26 de agosto de 2024

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Operação Penalidade Máxima

Interceptação no celular de lateral do Cuiabá foi determinante para confirmar participação em esquema

Foto: AssCom Dourado

Interceptação no celular de lateral do Cuiabá foi determinante para confirmar participação em esquema
Interceptações em conversas de WhatsApp foram determinantes para descortinar o esquema de manipulação em resultados de jogos da série B do Campeonato Brasileiro 2022. Análise feita pelo Ministério Público de Goiás no celular do lateral-direito do Cuiabá, Mateus da Silva Duarte, o Mateusinho, revelou a existência de um grupo no aplicativo em que cinco atletas, todos do Sampaio Correa, debatem sobre a expectativa de recebimento de valores que não foram pagos após o cometimento de um pênalti fraudulento. Procurada, a direção do Cuiabá afirmou que não irá se posicionar sobre a acusação.


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Com base na análise preliminar, o MP então externou, por mais de uma vez, que o lateral do Dourado, em conluio com outros jogadores, cumpriu sua parte no esquema e esperava receber todo valor prometido.

“E após o cometimento do pênalti e ausência de pagamento integral do acordado, Mateusinho, Paulo Sérgio e Ygor Catatau, além de Allan Godoi e André Queixo passaram a cobrar os apostadores acerca da quitação”, diz trecho da denúncia.

Todos citados pela reportagem defendiam o Sampaio Correa à época dos fatos. Em unidade de desígnios, eles aceitaram vantagem indevida com o fim de alterar o resultado do jogo contra o Londrina, pela Série B do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2022.

O acordo, aceito pelo jogador do Cuiabá, consistia no recebimento de até R$ 150 mil pela fraude no resultado. Antes das partidas, os atletas chegaram a receber R$ 10 mil para cometer o pênalti. 

Consta que o contato da manipulação de resultado foi intermediado por Luís Felipe com o atleta Ygor Catatau e, durante o jogo, houve o cometimento de pênalti por Mateusinho.

Em uma das conversas interceptadas, um dos participantes do grupo questiona se os valores prometidos seriam recebidos e afirma que “os cara” iriam deixa-los em banho maria, ou seja, não iriam realizar o pagamento combinado.

Em resposta, Mateusinho disse: “Mano os cara não tá cobrando dos maluco lá? Então pronto mano. Nós tem que cobrar aqui. Se fosse nós os cara ia tá em cima cobrando igual eles então em cima dos cara lá. Ué... então tem que cobrar mesmo fi”.

De acordo com a denúncia apresentada, o lateral deve responder pelo crime de manipulação do resultado, conforme o art. 41-C, da Lei n. 10.671/2003, que trata do Estatuto de Defesa do Torcedor. Já outros réus devem responder ainda por organização criminosa.

Além do lateral do Cuiabá, se tornaram réus: Allan Godoi dos Santos, André Luís Guimarães Siqueira Júnior (André Queixo), Paulo Sérgio Marques Corrêa, Ygor de Oliveira Ferreira (Ygor Catatau), Marcos Vinicius Alves Barreira (Romário), Joseph Maurício de Oliveira Figueredo e Gabriel Domingos de Moura. Outras seis pessoas, apontadas como membros da organização criminosa, também foram denunciadas, são eles: Bruno Lopez de Moura (vulgo BL), Camila Silva da Motta, Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro, Victor Yamasaki Fernandes e Zildo Peixoto Neto. 

A investigação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), teve início após denúncia do presidente do Vila Nova Futebol Clube, uma das agremiações envolvidas nas partidas e, inclusive, potencialmente vítima do esquema. Foi apontado evidências da atuação ilícita do réu Bruno Lopez na manipulação dos resultados das partidas entre Vila Nova x Sport, Tombense x Criciúma e Sampaio Corrêa x Londrina visando a beneficiar apostadores.

O Gaeco constatou a atuação concreta de organização criminosa especializada em corromper atletas profissionais para manipulação de resultados. O acordo, aceito pelo jogador do Cuiabá, consistia no recebimento de até R$ 150 mil pela fraude no resultado. Antes das partidas, os atletas chegaram a receber R$ 10 mil para cometer o pênalti. 
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