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Segunda-feira, 01 de julho de 2024

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LAVAGEM DO CV EM CUIABÁ

Chácaras, apartamentos, carrões de luxo, restaurantes e R$ 5 milhões são bloqueados pela Justiça em ação da PF

Foto: Olhar Direto

Chácaras, apartamentos, carrões de luxo, restaurantes e R$ 5 milhões são bloqueados pela Justiça em ação da PF
O juiz João Francisco Campos de Almeida, que autorizou a Operação Ragnatela, deflagrada pela Polícia Federal contra lavagem de dinheiro promovida pelo Comando Vermelho em Cuiabá, bloqueou uma série de bens móveis e imóveis de oito alvos investigados. Dentre os bens, carrões de luxo, chácaras, sítios, clube e apartamentos. Determinou ainda o bloqueio de R$5 milhões do bar Dallas, em Cuiabá, do Dom Carmindo Lava Jato, Strick Pub, Clube CT Mangueiras e de quatro pessoas físicas.


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Apontado como líder da organização, Joadir Alves Gonçalves teve sequestrado uma chácara em Mimoso, uma em Santo Antônio e um clube em Cuiabá. Além disso, um Camaro, uma BMW, uma S10 e um Toyota CCross.
Joanilson de Lima Oliveira teve bloqueado um imóvel no Condomínio Iguatemi, um apartamento no Parque Chapada Mantiqueira, em Cuiabá, em um Toyota CCross.

Rodrigo de Souza Leal, dono do Strick Pub e assessor do vereador Paulo Henrique de Figueiredo Masson (MDB), é também acusado de movimentar mais de R$20 milhões entre 2019 e 2022, e de ser o responsável pela “contabilidade” desse esquema, como o elo entre a facção e agentes públicos que auxiliam na realização dos shows. Dele, o juiz mandou sequestrar dois apartamentos, um em Cuiabá e outro em Várzea Grande, e uma caminhonete S10.

Elzyo Jardel Xavier Pires, também promotor de eventos, recebia valores com objetivo de custear os shows realizados no Dallas Bar e em outras casas noturnas identificadas pela operação. Dele, a justiça mandou bloquear um Passat e um apartamento.

Kamila Beretta Bertoni atuava no núcleo que promovia a lavagem de dinheiro obtido pelo esquema. Ela repartia os lucros obtidos aos investidores e idealizadores, quais sejam, a empresa G12 e integrantes do Comando Vermelho.

Para camuflar a ilegalidade das movimentações bancárias, Kamilla usava depósitos fracionados para evitar as identificações dos depositantes e a origem ilícita do dinheiro distribuído, bem como empresas de fachada para ocultar as transações, como é o caso do Dom Lava Jato e Conveniência, Restaurante e Peixaria Mangueira, Dallas Bar e Strick Pub. De Kamila, o juiz mandou sequestrar um chevrolet Ônix e um apartamento no condomínio Chapada Riviera.

Stheffany Xavier de Mello da Silva, influenciadora, além de ser flagrada portando armamentos de grosso calibre, tipo fuzil, em comunidades do Rio de Janeiro e reunindo-se na praia Copacabana com os líderes Joanilson e Joadir, teve dois carros de alto padrão bloqueados: uma evoque e um Jeep Compass.

Além disso, o magistrado ordenou o bloqueio das contas bancárias do Dallas Bar, Dom Carmindo Lava Jato, Strick Pub, W A da Costa Pereira, Club CT Mangueiras, Kamilla Bertoni, Rodrigo Leal, Willian Aparecido da Costa Pereira e Ariani Rodrigues de Oliveira, para chegar ao montante de R$5 milhões.
Operação

Nesta quarta-feira (5), a PF deflagrou a operação para combater a lavagem de dinheiro orquestrada pelo grupo, que conta com integrantes do Comando Vermelho, empresários, promotores de eventos, e agentes públicos.

Casas de shows, lava jato, restaurantes e estabelecimentos comerciais eram usados como fachada para camuflar a origem ilícita dos valores obtidos. Segundo a PF, o vereador Paulo Henrique (MDB) é suspeito de ajudar na obtenção licenças por meio de fiscais da Prefeitura da Capital em benefício ao grupo do Comando Vermelho para realização de shows nacionais na capital.

A operação visa cumprir mandados de prisão preventiva, busca e apreensão, nove sequestros de bens imóveis e 13 veículos. A reportagem apurou que o empresário e dono do Dallas Bar, que foi comprado por R$ 800 mil pela facção criminosa, Willian Aparecido da Costa Pereira foi preso. Já o DJ Everton Muniz, mais conhecido como Everton Detona, foi alvo de busca e apreensão. O foco da investigação é desbaratar esquema de lavagem de dinheiro. 

A autoridade policial também apontou que servidores de uma secretaria do município também estão envolvidos no esquema. Isso porque, eles eram responsáveis pela fiscalização dessas casas noturnas, além da concessão das autorizações para a realização de shows.

O esquema ganhou evidência após uma apresentação do cantor nacional MC Daniel ser interrompida por conta do comportamento hostil do público com o artista apenas por ele ser do estado de São Paulo, dominado por uma facção rival, o Primeiro Comando da Capial (PCC). 

Em continuidade à investigação, os policiais identificaram um esquema para introduzir celulares dentro de unidade prisional e transferências de lideranças da facção para presídios de menor rigor penitenciário, a fim de facilitar a comunicação com o grupo investigado, que se encontra em liberdade.

No último dia 1º de junho, foi identificado que dois alvos da investigação fugiram para o estado do Rio de Janeiro. Um deles é considerado o principal líder da facção criminosa investigada, atualmente em liberdade, e estava viajando com documentos falsos. Os criminosos foram abordados ainda dentro da aeronave, logo após o pouso no aeroporto carioca de Santos Dumont.
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