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MPE abre inquérito ao constatar que secretário em MT recebe salários, mas reside em MG

15 Mar 2016 - 08:51

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

Prefeito também está na lista de acionados

Prefeito também está na lista de acionados

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MP-MT), ingressou com nova ação civil pública por ato de improbidade administrativa resultante da segunda etapa da “Operação Caça-Fantasmas”. Desta vez, a irregularidade foi detectada na Secretaria de Cultura do Município de Barra do Garças ( a 424 km de Cuiabá). Segundo o MPE, entre setembro de 2014 a dezembro de 2015, o servidor nomeado para o cargo de secretário-adjunto de Cultura, Naghai Narcizio dos Santos e Silva, que recebia uma remuneração mensal de R$ 2.059,00, estava na verdade vivendo em Uberaba (MG), cursando faculdade de psicologia. Também foram acionados o atual prefeito, Roberto Ângelo de Farias, e as pessoas que estavam à frente da Chefia de Gabinete, Agenor Bezerra Maia e José Jacó Sobrinho Filho. Os três também poderão ter os bens bloqueados, segundo o MPE.


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O inquérito, assinado pelo promotor Marcos Brant Gambier Costa, em 09 de março, requer a indisponibilidade de bens do “fantasma” no montante de R$ 45.901,08, cujo valor corresponde à remuneração percebida por ele no período da nomeação para cargo em comissão.

De acordo com as investigações, o funcionário fantasma possuía vida acadêmica em Minas Gerais. O fato seria comprovado “pela análise das mensagens e postagens em seu perfil no Facebook, constatando-se que, no período de setembro de 2014 a dezembro de 2015, esteve em Uberaba cursando psicologia, ostentando intensa atividade acadêmica, inclusive junto ao Grêmio Estudantil”, diz a ação do MPE.

Ainda, informações prestadas pela Universidade de Uberaba ao MPE também comprovam que o servidor cursou todas as disciplinas da grade curricular, participando de aulas, atividades complementares, práticas integrativas, estágio supervisionado, dentre outras atividades acadêmicas do Curso de Psicologia.

Contexto:

De acordo com as investigações, a nomeação de Naghai Narcizio dos Santos foi efetivada na "cota" de cargos do Vereador Paulo César Raye de Aguiar (PROS), que teria levado ao conhecimento do prefeito para nomeação.

“O vereador que intermediou a nomeação, assim como outros vereadores da base de apoio do Governo Municipal, tem uma determinada cota de cargos em comissão de sua escolha, usadas tais nomeações como “moeda de troca” junto à Administração Municipal, a título de apoio político, conforme comprovado através de um dos documentos apreendidos no Gabinete do Prefeito durante a Operação, tratando-se de um Ofício subscrito pelo Vereador Comandante Barbosa, em cuja missiva resta evidenciado o esquema ilícito”, esclareceu o promotor Marcos Brant.

Não é a primeira ação:


Segundo o MPE, entre os anos de 2013 a 2015, foram identificadas nomeações de servidores “fantasmas” em diversas secretarias e coordenadorias. Alguns casos, inclusive, já são objetos de ações judiciais.

Segundo o promotor de Justiça, outros casos estão em fase de investigação e a interferência de determinados integrantes do Poder Legislativo Municipal na nomeação para cargos em comissão criados artificialmente será objeto de investigação específica, uma vez que o resultado das buscas realizadas junto à Prefeitura Municipal de Barra do Garças indica a existência de envolvimento de vereadores no Esquema de Loteamento de cargos públicos no Município.
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