Olhar Jurídico

Sábado, 18 de maio de 2024

Notícias | Civil

Núcleo concilia conflito familiar de 20 anos

A última segunda-feira (7 de março) foi um dia de grande alívio para 10 irmãos de uma família da Capital. Depois de muita discussão e desentendimentos, eles voltaram a se falar e colocaram fim a uma disputa judicial que já durava 20 anos. A pacificação do conflito se deu por intermédio do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).


Sílvia Melhorança, mediadora que atuou no caso, explica que o conflito se deu em razão da divisão de um vasto terreno que os irmãos herdaram com a morte da mãe. “O inventário dividia o imóvel igualmente entre os irmãos, porém alguns tinham interesse na mesma parte do terreno e daí surgiu o desentendimento. Porém, mais do que a divisão de um imóvel, os irmãos possuíam mágoas e desentendimentos que vinham desde a infância e tiveram que ser resolvidos ali”, disse.

Para solucionar o drama familiar, Sílvia conta que foram necessárias seis sessões de mediação, cada uma com a duração de três horas e meia. “Quando se tem um conflito envolvendo muitas pessoas, o uso das técnicas de pacificação social se torna ainda mais importante. Houve sessões em que tínhamos 14 pessoas presentes e por isso tivemos que ouvir os envolvidos de várias formas. Sozinhos, em conjunto ou em grupos de quatro. Tudo isso para que eles pudessem reestabelecer o diálogo. Procuramos também trabalhar a sensação de pertencimento à família e a afetividade que eles haviam perdido após os anos de desavenças”, afirmou.

Solucionados os débitos emocionais pendentes, as mediadoras do caso sugeriram que fosse realizado um sorteio para definir quem ficaria com cada quinhão do terreno e todos aceitaram. “O método é eficiente, porque se baseia na voluntariedade. A ideia é mostrar para as pessoas que não vale a pena viver de passado e que é possível construir um futuro melhor. A comoção e o alívio da família foi tão grandes que alguns irmãos vieram me falar que não tinham palavras pra agradecer o que foi feito pela família”, relatou Sílvia.

Assinado, o acordo vai para a homologação do juiz e passa a ter força de sentença.
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