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Domingo, 19 de maio de 2024

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operação ouro de tolo

Delator diz que acha difícil que Silval não tivesse autorizado esquema na Setas

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Delator diz que acha difícil que Silval não tivesse autorizado esquema na Setas
O empresário Paulo Lemes, delator do esquema que culminou na prisão da ex-primeira-dama Roseli Barbosa, do ex-chefe de gabinete Silvio Cezar Correa Araújo, Nilson da Costa e Faria e Rodrigo de Marchi, afirmou em depoimento prestado ao Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que acha difícil que o ex-governador Silval Barbosa não soubesse do esquema que acontecia na Secretaria de Trabalho (Setas), então sob comando de sua esposa.


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Paulo é proprietário do Instituto de Desenvolvimento Humano e do Instituto Concluir empresas usadas no esquema que causou prejuízos na ordem de R$ 8 milhões ao erário. Ele prestou depoimento ao Gaeco em 29 de junho deste ano.

Na delação, ele explica que a divisão dos lucros por meio da prestação de serviços do Qualifica Mato Grosso VIII à Setas no valor de R$ 3.414,078, 00 foi diferente do que acontecia tradicionalmente. No documento obtido pelo Olhar Jurídico, ele afirma na ocasião do ‘empréstimo’ de R$ 418 mil, o ex-secretário de Estado e coordenador financeiro a campanha de Lúdio Cabral, Éder Moraes, estava junto do chefe de gabinete de Silval Barbosa, Silvio César Corrêa Araújo.

O empresário garante que nunca conversou com o ex-governador Silval Barboss, mas levanta suspeitas sobre ele.

“O interrogando afirma que nunca conversou com Silval Barbosa sobre esse acerto em relação à Setas, tampouco sabe se foi Silval que autorizou Silvio a pegar dinheiro emprestado com o interrogando para pagar a campanha de vereador de 2012, contudo, o interrogando afirma que Silvio dificilmente faria alguma coisa que não fosse do conhecimento e autorizado por Silval Barbosa”, diz o delator.

Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), todo esquema teria acontecido entre 2012 e 2013, durante a gestão de Roseli. A Setas teria contratado a empresa Microlins e os Institutos de Desenvolvimento Humano (IDH/MT) para executar programas sociais referentes ao “Qualifica Mato Grosso”, “Copa em Ação”, entre outros através do uso de “laranjas”. Na ação a qualidade desses cursos também é questionada.

O MPE narra um esquema de desvio de verbas públicas, que seria encabeçado pelo denunciado Paulo César Lemes, o qual teria forjado a criação de institutos sem fins lucrativos “de fachada”, visando burlar a legislação e contratar diretamente com a Administração Pública.

As investigações começaram após a divulgação de erros grotescos em apostilas que estavam sendo utilizadas nos cursos de capacitação em hotelaria e turismo promovido pela Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social. Em um dos casos exemplificados pelo MPE, a pessoa contratada para elaboração do conteúdo das apostilas possuía apenas o Ensino Médio completo. Em seu depoimento, a jovem confessou que recebeu pelo serviço a quantia de R$ 6 mil e que copiou todo o material da internet.

De acordo com informações da assessoria do Ministério Público Estadual, a denúncia aponta o empresário Paulo César Lemes como líder da organização. Segundo o MPE ele atua no ramo de cursos profissionalizantes e é proprietário dos institutos sem fins lucrativos IDH, Concluir e INDESP, entes jurídicos que estariam sendo utilizados na prática de crimes contra a administração pública.

Segundo o MPE, nos últimos dois anos, a empresa Microlins e os Institutos de Desenvolvimento Humano (IDH/MT) e Concluir receberam do Estado quase R$ 20 milhões para executar programas sociais. Os crimes imputados são: constituição de organização criminosa, corrupção, peculato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e outros. Além da condenação criminal,

O MPE pediu a devolução dos valores subtraídos, condenação por dano moral coletivo, suspensão de pagamentos de contratos firmados entre as empresas e a Setas além de proibição de celebração de novos contratos, indisponibilidade de bens dos denunciados e afastamento dos sigilos bancário e fiscal.

Confira quem são os réus na ação:

Roseli Barbosa
Paulo César Lemes
Joeldes Lazzari Lemes
Edvaldo de Paiva
Sivaldo Antonio da Silva
Nilson da Costa Faria
Valentina de Fátima Dragoni
Aroldo Portela da Silva
Wagner Ferreira de Vasconcelos
Ricardo Mário Ceccarelli
Jesus Onofre da Silva
Francisco Carlos de Pinho
Paulo Vítor Borges Portella
Jean Estevan Campos de Oliveira
Vanessa Rosin Figueiredo
Rodrigo de Marchi
Rosamaria Ferreira de Carvalho
Karen Rubn
Murilo César Leite Gattass Orro
Eldo Leite Gattass Orro
Valdizar Paula de Andrade
Evandro Gustavo Pontes da Silva
Ricardo José Marques dos Reis
Pedro Pereira Oliveira
Luiz Antonio Medrado Queiroz
Rosana Gularte dos Santos Silva
Willian Luiz da Silva
Josenilton Magalhães Bezerra
Ildevan Pietro Gomes Luzardo Pizza
Adilson Vilarindo de Almeida
Silva Rosemary Rocha da Costa Ramos
Isabela Karla Campos Santana
Heliza Rocha Gomes Duarte
Silvio Cézar Corrêa Araújo
Lídio Moreira dos Santos
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