A juíza Ana Helena Porcel Ronkoski de manifestou favorável a ação civil pública proposta pela Defensoria Pública do Estado e suspendeu o concurso público promovido em maio deste ano pela Prefeitura Municipal de Itanhangá (543 km de Cuiabá), após ter sido comprovado que 60% das questões estavam disponíveis na internet.
Analisando a prova aplicada a uma candidata ao cargo de professora, e comparando-a com outras provas disponíveis na internet, os defensores públicos Diogo Horita e Maicom Vendruscolo notaram que muitas questões haviam sido aplicadas, anteriormente, em outros concursos. "Das 40 questões, 25 são idênticas de outras provas", enfatizam, destacando que em relação às questões de português, "a prova foi totalmente copiada de dois outros concursos".
Na decisão da magistrada, ela suspende os efeitos do concurso público apenas em relação aos cargos de nível superior, determinando que o Município "se abstenha de nomear e/ou dar posse aos candidatos aprovados no certame para esses cargos", sob pena de multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.
Além dos problemas relacionados às questões, foi verificado que a empresa responsável pelo certame, Prisma Consultoria, havia sido proibida de contratar com o poder público pelo juízo da comarca de Juína e que responde a vários processos.
Segundo informações da Defensoria, da prova analisada, as questões foram copiadas dos concursos de Brejo dos Santos/PB, Prefeitura de Bom Jesus/SC, Prefeitura de Ilha Comprida-SP, Prefeitura de Paraibuna/SP, Prefeitura de Joinville-SC, além de vestibulares da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Viçosa, Universidade Estadual de Londrina e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.