Olhar Jurídico

Segunda-feira, 13 de maio de 2024

Notícias | Política de Classe

na mira do MP

Caso da mato-grossense ex-beneficiaria do bolsa família que doou para Dilma pode ser investigado em Brasília

Foto: Lucas Bólico - OD

Caso da mato-grossense ex-beneficiaria do bolsa família que doou para Dilma pode ser investigado em Brasília
O procurador do Ministério Público federal, Marcellus Barbosa Lima, analisa se o caso da mato-grossense ex-beneficiária do Bolsa Família que teria feito uma doação para a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2010 será investigado pela Procuradoria da República de Mato Grosso, ou se vai ser apurado pela Procuradoria Geral, em Brasília.


Leia também:
‘Falsa’ doação de beneficiária do Bolsa Família de Cuiabá é mais uma de lista de 10; ' (Veja nomes)
Beneficiária do Bolsa Família de Cuiabá doou R$ 510 para campanha de Dilma

Moradora do Campo Verde, (130 quilômetros de Cuiabá)Sebastiana da Rocha aparece na prestação de contas da presidente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como doadora de R$ 510 em valor estimado. A época, ela era beneficiária do bolsa família e recebia um valor em torno de R$ 540 por anos, e portanto a doação seria ilegal.

Marcellus pode entender que a investigação seja de um crime contra o programa federal do Bolsa Família, uma fraude em que alguém sem os pré-requisitos é beneficiado pela assistência financeira da União, ou que foi um crime eleitoral, o qual sugere irregularidades nas prestações de contas da campanha da presidente.

Se as investigações pressuporem a primeira hipótese, a apuração será feita pela Procuradoria de Mato Grosso. No entanto, se o procurador entender que o crime for eleitoral, o caso será repassado ao procurador-geral da República,em Brasília.

Marcellus Barbosa faz a análise a partir de um relato da ex-beneficiária Sebastiana Rocha ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no qual ela explica ter sido cabo eleitoral durante o pleito de 2014, mas nega ter feito qualquer doação para campanha da presidente Dilma, ou ter qualquer relação com o Partido dos Trabalhadores para ter doado o serviço.

Além de Sebastiana Rocha, aparecem mais nove nomes que doaram R$ 510, na mesma data, todos em valores estimados. Destes, além da ex-beneficiária, pelo menos outras duas pessoas trabalharam como cabo-eleitoral da presidente Dilma no segundo turno das eleições de 2010, em Mato Grosso, e ambas conheciam Sebastiana.

Cristine Aparecida Costa Macedo, amiga de Sebastiana, que argumenta nãohaver lógica trabalhar e doar praticamente tudo ao candidato. A remuneração dela como cabo eleitoral foi de R$ 600, portanto só sobrariam R$ 90 após a suposta doação. Aparecida Sueli Gomes Varela, cunhada de Sebastiana, também nega ter feito qualquer doação. "Eu nunca doei nada. Trabalho com limpeza, como que vou doar meu dinheiro? Votei nela? Votei. Trabalhei na campanha? Trabalhei. Mas foi só", contou.

O PT diz

O presidente do Diretório Regional do PT, Willian Sampaio, explicou que a doação de campanha de todos esses cabos eleitorais foram, na verdade, uma contribuição com trabalho voluntário durante as eleições. Segundo ele, o valor que aparece seria uma estimativa dos custos de trabalho deles.

“Ela estimou o valor do trabalho dela e doou. É que o TSE entende que não existe mais militância no Brasil. Que todos que estão nas ruas são pagos. Mas o PT é um dos poucos partidos que ainda tem essa militância”, argumentou.

Contudo, a alegação de Willian vai de encontro a declaração dos antigos cabos eleitorais, os quais afirmam ter trabalhado por necessidade financeira. “Bom, se ela diz que recebeu ela vai aparecer na prestação de contas como despesas e ela tem o recibo de que trabalhou na campanha da presidente Dilma. Mas eu duvido que ela tenha esse recibo”, finalizou.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet