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Sábado, 27 de julho de 2024

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secretário em Cuiabá

Após 27 anos, ex-comandante da PM será submetido a Júri Popular por execução de detento

Foto: Reprodução

Após 27 anos, ex-comandante da PM será submetido a Júri Popular por execução de detento
Após quase 30 anos, o ex-comandante do 3° Batalhão da Polícia Militar, coronel Leovaldo Sales, será julgado pelo Tribunal do Júri por conta da execução de um fugitivo do presídio Carumbé, em 1996. Além dele, respondem pelo crime outros cinco militares. O juiz João Filho de Almeida Portela negou pedido de redesignação e manteve o dia 6 de novembro como a data do julgamento. Atualmente, Sales é secretário de Ordem Pública de Cuiabá. 


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 Leovaldo ingressou com pedido de redesignação da sessão de julgamento, marcada para o dia 6 de novembro, aduzindo ausência de tempo hábil para organizar a defesa em Plenário do Tribunal do Júri.

O magistrado rechaçou o argumento apontando que o advogado juntou aos autos, no dia 25 de outubro, substabelecimento lhe conferindo procuração para defender Leovaldo. Ou seja, o advogado estava habilitado para defende-lo há mais de 12 dias.

“Assim, não se pode dizer que não há tempo hábil para análise e Defesa do acusado perante o Tribunal do Júri, já que constituído o causídico 12 (doze) dias antes da sessão de julgamento”, proferiu o juiz.

Além disso, lembrou que os autos narram fatos ocorridos em 10 de dezembro de 1996, cuja denúncia foi recebida em março de 2004, sendo os acusados pronunciados em 2012, ou seja, o presente feito se “arrasta” por aproximados vinte anos.

De acordo com denúncia do Ministério Público do Estado (MPE), era por volta das 15h do dia 10 de dezembro de 1996 quando ocorreu uma rebelião no Carumbé, resultando na fuga de aproximadamente 50 detentos, razão pela qual o 3º Batalhão da PM foi acionado, sob comando de Leovaldo.

Quinze presos foram recapturados na redondeza, dentre eles a vítima Cláudio Andrade Gonçalvez, que inicialmente iria ser levado ao Pronto Socorro Municipal para atendimento de emergência, já que havia sido ferido.

Ocorre que as investigações apuraram que a determinação para levar a vítima para o hospital, na verdade, era um pretexto para ocultar a real finalidade: promover a execução sumária dos presos. A ordem para tal teria partido de Leovaldo.

Viatura da PM, conduzida pelos agentes Mariano Mattos, Antônio Bruno, Ângelo Camargo, Douglas Moura Lopes e José Luiz Torres, levou as vítimas até uma estrada que acessa o município de Barão de Melgaço, onde Cláudio Gonçalves e outro detento não identificado foram executados, conforme provou laudo de necropsia.
 
No entanto, reportagem da TV Centro América mostrou que Cláudio não havia sofrido qualquer lesão que justificasse seu encaminhamento ao Pronto Socorro. Com as imagens confirmando o fato, de que a vítima teria desaparecido, a possibilidade de que ele teria sido executado começou a ser levantada.

Investigações localizaram dois cadáveres quase um ano depois, em janeiro de 1997, com sinais de execução e enterrados como indigentes em cemitério de Cuiabá. Exames confirmaram que um dos corpos era de Cláudio.

Após quase 30 anos, os defensores de Leovaldo pediram que o julgamento fosse redesignado. No entanto, o magistrado indeferiu o pleito, confirmando o dia 6 de novembro de 2023 como a data para que o ex-comandante seja submetido ao Júri.
 
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