Olhar Jurídico

Quinta-feira, 05 de setembro de 2024

Notícias | Criminal

alvos de operação

PMs usavam sistema da Sesp e informante para selecionar criminosos executados durante ocorrências forjadas, aponta investigação

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

PMs usavam sistema da Sesp e informante para selecionar criminosos executados durante ocorrências forjadas, aponta investigação
Decisão da 12ª Vara Criminal de Cuiabá revela que policiais militares em Mato Grosso armavam assaltos para matar criminosos. Segundo os autos, pessoa identificada como Ruiter Candido da Silva, em conluio com policiais, organizava ações criminosas, convidando terceiros selecionados por meio de acesso a sistema da Segurança Pública. Durante o ato criminoso, avisados sobre, as execuções eram cumpridas. Ao menos seis casos semelhantes, entre 2017 e 2020, são citados.


Leia também 
Homem em situação de rua é encontrado morto, enrolado em coberta, na passarela da rodoviária em Cuiabá

 
Através de investigações foram identificados pontos semelhantes e convergentes entre os casos, com indícios de execução, tais como excessivo número de disparos efetuados pelos Policiais Militares, ausência de disparos na direção oposta, inexistência de lesões de defesa nas vítimas e caracterização de “tiro encostado”.
 
Também causou desconfiança de investigadores o fato de sempre haver a figura de um “segurança/vigilante” que passava informações de locais fáceis e lucrativos para a prática de assaltos. Porém, os indivíduos cooptados eram interceptados e mortos por Policiais Militares, os quais alegam que haviam recebido informações anônimas sobre os supostos assaltos e planejaram a abordagem, momento em que entraram em “confronto” com os criminosos, agindo em legítima defesa.
 
Em vários casos houve a presença de um segundo ou até mesmo terceiro veículo de apoio dos criminosos, que sempre conseguia foragir. Coincidentemente, em quatro dos casos investigados tal veículo trata-se de um Volkswagen Fox, de cor vermelha.
 
No decorrer das investigações restou apurado que o suposto segurança que cooptava tais indivíduos para os supostos assaltos é o informante da polícia de nome Ruiter.
 
Ruiter, quando interrogado, confessou ser o referido “segurança/vigilante”, afirmando que os supostos assaltos eram “armados” em conjunto com policiais militares, visando atrair pessoas com passagens criminais ou não, para serem executadas sumariamente.
 
Interrogado confessou que transitava bem entre os criminosos e auxiliava nas suas prisões em troca de dinheiro ou bens apreendidos, como aparelhos celulares. Entretanto, em dado momento a finalidade dessa parceria começou a mudar, pois em vez de prender criminosos, ele e os policiais militares passaram a objetivar a matança de supostos bandidos, como forma de promover o nome e o batalhão dos PMs envolvidos.
 
PMs representados possuem acesso aos sistemas de informações e checagens da Secretaria de Segurança Pública, através dos quais obtêm informações sobre eventuais alvos, ocorrências, monitoramento eletrônico, e assim podem utilizar o aparato estatal para selecionar vítimas com eventuais passagens criminosas para ser executadas.
 
Decisão da juíza Monica Perri em um dos seis inquéritos, datada do dia 25 de março, deferiu prisão em face de 11 pessoas.
 
 
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet