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Quinta-feira, 04 de julho de 2024

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TJ O MANTEVE PRESO

Defesa de médico que ajudou a mãe nos assassinatos de Peixoto pede que ele aguarde julgamento em liberdade

Foto: Reprodução

Defesa de médico que ajudou a mãe nos assassinatos de Peixoto pede que ele aguarde julgamento em liberdade
A defesa do médico Bruno Gemilaki, acusado de envolvimento nos homicídios cometidos por sua mãe em Peixoto de Azevedo, pediu que ele aguarde o julgamento em liberdade. O Habeas Corpus foi solicitado contra a decisão do Tribunal de Justiça que manteve Bruno preso. Em 21 de abril, Inês Gemilaki assassinou os idosos Rui Luiz Bogo e Pilson Pereira da Silva a tiros. Ela buscava acertar contas com o garimpeiro Erneci Afonso Lavall, que foi atingido, mas sobreviveu.


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A defesa argumenta que Bruno acompanhou sua mãe sem saber que ela planejava cometer assassinatos, acreditando apenas que estavam se defendendo das ameaças constantes de Erneci, conhecido como "Polaco".
 
Erneci alugou uma casa para Inês e a cobrou por aluguel e danos à propriedade. Após o término do contrato, ela deixou a residência, mas ele continuou a cobrar. A Justiça considerou essas cobranças ilegais, dando ganho de causa a Inês. No entanto, Polaco persistiu, exigindo valores que ele julgava devidos e supostamente contratando capangas para ameaçar Inês com morte, sequestro e estupro.
 
No dia anterior ao crime, em 20 de abril, Erneci enviou homens à casa de Inês, onde Bruno também morava, para cobrar os aluguéis. Eles não os encontraram, mas prometeram voltar. Bruno sabia das ameaças e tentou falar com Polaco sobre a decisão judicial, mas sem sucesso, já que Erneci insistia que faria "a justiça com as próprias mãos".
 
As ameaças eram conhecidas da Justiça, já que áudios enviados pela esposa de Polaco à Inês constavam nos autos de uma ação cível. Até minutos antes do crime, Inês e Polaco trocavam mensagens ofensivas, que eram apagadas logo após o envio pelos supostos capangas.
 
Desesperada com o aumento das ameaças, Inês procurou a delegacia um dia antes dos assassinatos, pedindo providências urgentes. No entanto, a autoridade responsável informou que nada poderia ser feito no momento, pois era sábado.
 
Bruno soube das novas ameaças na noite de sábado, quando sua mãe o buscou no plantão médico. No domingo, 21 de abril, continuaram recebendo mensagens ameaçadoras e ligações de números privados. Decidiram ir à casa de Eder Gonçalves Rodrigues, também réu no processo, para participar do aniversário da esposa dele, ficando até por volta das 15 horas, quando saíram para comprar bebida.
 
Antes disso, Inês recebeu uma ligação informando que homens desconhecidos estavam batendo em seu portão. Decidida a agir, ela foi até a casa de Erneci, onde as câmeras de segurança registraram toda a ação. Os assassinatos ocorreram durante um almoço das vítimas.

A defesa alega que Inês agiu em legítima defesa, temendo pela sua vida e a de seu filho. O advogado Rogério Pereira destacou que a presença de Bruno na confraternização coincidiu com o momento em que sua mãe estava prestes a ser sequestrada ou morta, a mando de Polaco.

"Esses fatos não colocam em risco a ordem pública; está mais do que provado que a ação de Inês e do recorrente foi motivada pelo risco ao qual estavam submetidos", diz um trecho do habeas corpus. "Por tudo isso, Excelência, a manutenção da prisão de Bruno Gemilaki Daz Poz não é justificada. Sua soltura não representa risco aos bens jurídicos relevantes, sendo que medidas cautelares diversas da prisão são suficientes para proteger o caso concreto", acrescentou.
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