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Quarta-feira, 03 de julho de 2024

Notícias | Criminal

VEJA MODUS OPERANDI

Ex-diretor adjunto da PCE mantinha "sociedade" com líderes do CV e negociava celulares de R$ 800 a R$ 2 mil

Foto: Secom-MT

Ex-diretor adjunto da PCE mantinha
Relatório investigativo da Operação “Caixa de Pandora”, deflagrada na última quinta-feira (6), apontou que a comercialização e entrada de celulares na Penitenciária Central do Estado (PCE) com destino à membros do Comando Vermelho era encabeçado pelo diretor geral adjunto da unidade, Reginaldo Alves dos Santos, vulgo “Peixe”. Ele recebia, junto com outros policiais penais envolvidos na trama, valores em espécie, diariamente, referente ao pagamento por cada aparelho celular, que giraria em torno de R$ 800 e R$ 2 mil. Há ainda indícios de que membros do CV entraram no esquema de “Peixe” como “sócios”.


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Narrou a investigação que, além de Peixe, Altamira Martins Brandão, Márcio Malan Soares Ferreira e Paulo Sérgio Coelho, policiais penais e Ronaldo Reis Gomes da Silva, assistente penitenciário, participariam da comercialização e entrada dos celulares.

O modo de operação do esquema se aproveitava dos serviços de manutenção no interior da penitenciária, e usava equipamentos como desentupidora, trabalhos de dedetização e manutenções em geral para transportar em média de 60 a 100 celulares aos presos.  

Funcionava da seguinte forma: durante a realização de tais serviços, os agentes penitenciários desobstruíam o sistema de segurança pessoal e de metais, possibilitando, então, a entrada facilitada dos aparelhos ao interior da unidade.

Segundo o relatório, o diretor adjunto e demais policiais penais envolvidos receberiam valores em espécie, diariamente, para entrar com os celulares, e que o pagamento por cada aparelho girava em torno de R$800 e R$2 mil.

Segundo levantado, o então Diretor Geral Adjunto, vulgo “Peixe” seria o “cabeça” da organização criminosa, responsável por financiar, comprar e facilitar a entrada, venda, distribuição e entrega de celulares aos custodiados, mediante pagamento em dinheiro vivo.

Sociedade com faccionados

Conforme o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), responsáveis pela “Caixa de Pandora”, Reginaldo estaria cooptando faccionados e lideranças do CV, além de servidores, para ingressarem no esquema dos celulares. A investigação indica que os presos “Alemão”, “Lacoste”, “Batman”, Raphael Diego e Odair “Amarelinho” participavam da trama.

“Alemão” seria espécie de sócio do diretor adjunto na compra, venda e distribuição dos dispositivos móveis. Sua atribuição consistiria em pagar “recompensa” aos policiais penais que entregavam os celulares, atuando como elo entre os raios 2, 3 e 5. Por estabelecer tal ligação, ele recebeu regalias dentro do seu cubículo, como frigobar, televisão e os celulares.

Policial penal, Altamira Martins Brandão era quem acompanhava a entrega. O assistente penitenciário Ronaldo Reis Gomes da Silva seria responsável por transportar e distribuir os aparelhos aos detentos.

Márcio Malan Soares Ferreira, policial penal, atuaria, em tese, como facilitador na entrada dos aparelhos celulares, enquanto Paulo Sérgio Coelho, policial penal, seria suspeito de vender aparelhos celulares para os custodiados, assim como outros materiais ilícitos.

Raphael Dhiego Gorget Camargo, recolhido no Raio 3, seria colaborador do esquema, aparentando ser comprador, receptador e um dos principais responsáveis pela distribuição de aparelhos celulares nos Raios 02, 03, 04 e 05, possuindo vínculo com o diretor adjunto Reginaldo, com o qual negociava cada aparelho celular pelo valor médio de oitocentos reais.

Odair Biazotti ou Odair Biazotti de Lima, vulgo “Odair Amarelinho”, cumprindo pena por roubo, sua função no esquema seria a de receber e distribuir os dispositivos de telefonia móvel aos Raios 02, 03, 04 e 05, aproveitando-se da sua condição de custodiado responsável pela execução de serviços gerais.

Fábio Aparecido Marques do Nascimento, vulgo “Lacoste”, uma das lideranças do Comando Vermelho, cumprindo pena por roubo e receptação, atuaria principalmente como receptador dos aparelhos celulares. Jonas Souza Gonçalves Júnior, vulgo “Batman”, uma das lideranças do CV, cumprindo pena pelos por vários ilícitos, aparenta atuar também como receptador dos aparelhos celulares.

Por fim, os custodiados Roberto Carlos Pereira e Franthescoli Alves Araújo também atuariam como receptadores dos aparelhos celulares, enquanto Giovanni Aparecido Espíndola Pereira um colaborador, seria integrante do esquema.
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