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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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INDICIADO POR ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA

De tornozeleira por cobrar propina, delegado pede para cumprir medidas cautelares em Brasília

Foto: Reprodução

De tornozeleira por cobrar propina, delegado pede para cumprir medidas cautelares em Brasília
O delegado Geordan Fontenelle está pedindo autorização judicial para morar em Brasília, sob justificativa de ficar próximo de seus familiares, bem como para dar lisura ao cumprimento das medidas cautelares que lhe foram impostas ao sair da prisão. Geordan foi preso no dia 17 de março e solto pelo Tribunal de Justiça no último dia 16.


Leia mais: Delegado do "gabinete do crime" é indiciado por corrupção passiva, falsidade ideológica e associação criminosa
 
O delegado foi indiciado por corrupção passiva, associação criminosa, falsidade ideológica e advocacia administrativa no âmbito da Operação Di Diaphthora, deflagrada para desarticular esquema de cobrança de propina supostamente liderado ele, orquestrado de dentro de sua sala, classificada pelas investigações como “gabinete do crime”.

Para conceder a liberdade provisória à Geordan, o Tribunal de Justiça impôs uma série de medidas cautelares, como monitoramento por tornozeleira eletrônica, suspensão do posse de arma e proibição de exercer a profissão.

Em manifestação assinada um dia após sua soltura, Fontenelle pediu ao juízo da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, município onde era lotado e teria cometido os crimes, autorização para cumprir as cautelares em Brasília, especificamente na Superquadra 310, bloco J, apartamento 504.

Justificou o pedido alegando que pretende ficar próximos de seus familiares e para dar lisura ao cumprimento das medidas cautelares, e disse que, em caso de intimação ou notificação, poderá ser contatado por meio de sua defesa. Ainda não há uma decisão sobre o requerimento.

No decorrer das investigações revelou-se que o delegado, junto com o investigador, negociava fiança de R$ 15 mil para liberar custodiado, confessou receber repasse mensal de R$ 2 mil de cooperativa alvo da Polícia Federal por comercio ilegal de mercúrio, e cobrava R$ 10 mil de “diária” para que acusados pudessem ficar em alojamento para policiais na delegacia de Peixoto de Azevedo.

Interceptações no “gabinete do crime” de Geordan, como seu escritório público era chamado, revelaram que ele e o investigador Marcos Paulo Angeli, segundo principal alvo da operação, combinaram o valor de R$ 15 mil para reaver uma caminhonete Ford Ranger a uma vítima de golpe de intermediação de compra a venda de veículo.

Para arbitrar fiança em favor de A.P.G., os dois cobraram R$ 10 mil para liberar o custodiado. Deste total, mil foram usados para a soltura, ao passo que os outros 9 mil foram divididos entre eles e a advogada que acompanhou o custodiado.

Não bastasse, a investigação ainda revelou que Geordan temia os desdobramentos da Operação Hermes II, deflagrada pela polícia federal contra esquema milionário de venda ilegal de mercúrio no país.

Fontenelle confessou receber mensalmente R$ 2 mil da Cooperativa Coogavepe, alvo da PF, e, por conta da operação, provavelmente ocorreria o fim do repasse, já que houve o bloqueio de bens e valores.

Há ainda os R$ 10 mil referente às diárias. Em conversa com Marcos, Geordan sugere que cobrou o valor de suspeito identificado como A.J.S.O., também alvo da Operação Hermes II. No diálogo, o delegado disse que manteve o acusado em alojamento exclusivo para policiais plantonistas.

Fontenelle saiu da prisão no dia 17 de maio, após quase um mês de detenção, por ordem do Tribunal de Justiça. A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) concedeu liberdade a ele em sede de habeas corpus, mediante o cumprimento das cautelares. Decisão levou em conta o fim das investigações, conforme parecer do Ministério Público. 
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